Marcas sobre o mundo: nomeações em Anderson Herzer e João W. Nery

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Costa, Caio Jade Puosso Cardoso Gouveia
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8156/tde-27022023-190558/
Resumo: Este é um estudo comparado entre as nomeações de sexo/gênero, com enfoque nas masculinidades, encontradas nas autobiografias A queda para o alto (1982), de Anderson Herzer (1962-1982), e Erro de pessoa: Joana ou João? (1984), de João W. Nery (1950-2018). Indicaremos as singularidades de nomeação expressas em cada obra que serão confrontadas com suas respectivas recepções críticas literárias e jornalísticas. Dessa maneira, serão verificadas as disparidades entre as expressões autorais e as perspectivas de seus críticos, a fim de indicar o apagamento de masculinidades e não-binaridades dos autores, assim como ressaltar as interpretações patológicas impostas a eles. Em seguida, assinalaremos que parte da crítica sobre Herzer e Nery partilha de um mesmo sistema lógico clássico que a impede de compreender as expressões desses autores como inteligíveis. Assim, será desenvolvida uma reflexão sobre como a lógica clássica faz parte da constituição da inteligibilidade dos sistemas de sexo/gênero hegemônicos para, com isso, investirmos na análise da maneira como Herzer e Nery revelam limitações dos sistemas lógicos clássicos, indicando a necessidade e a existência de outros sistemas lógicos possíveis, como nos apontam as filosofias africanas e ameríndias, cujas lógicas ultrapassam os limites da lógica clássica. Por fim, será verificado como as obras de Herzer e de Nery suscitam a revisão do conceito canônico de autobiografia, assim como revelam a violência ética contida no apagamento de certas autonomeações dos autores.