O gênero crônica no Ensino Fundamental II e o sujeito-autor: relação dialógica e interativa

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Rochel, Gabriela de Camargo Moreira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8162/tde-08022017-122115/
Resumo: Esta dissertação relata uma experiência pedagógica de aplicação de sequência didática em duas salas de aula do Ensino Fundamental II de uma escola pública municipal de São Paulo. A atividade foi voltada ao estudo da crônica, com foco no aspecto narrativo, numa perspectiva dialógica e interativa de ensino e aprendizagem, segundo as concepções de Bahkthin (1997), que conceitua os gêneros do discurso como tipos relativamente estáveis de enunciados. Para o autor: Todas as esferas da atividade humana, por mais variadas que sejam, estão sempre relacionadas com a utilização da língua que efetua-se em forma de enunciados (orais e escritos), concretos e únicos que emanam dos integrantes duma ou doutra esfera da atividade humana.. A partir de atividades de leitura e interpretação de crônicas, pretendeu-se levar os alunos a reconhecer, além das características do gênero, os elementos de coesão e sua importância para a organização e clareza do texto, orientando, assim, o processo autoral de produção textual. Também foi feita a prática de retextualização. Pelo seu caráter híbrido e flexível, as crônicas exerceram um papel motivador importante. A opção pelo trabalho com sequência didática propicia aos estudantes a possibilidade de apropriar-se dos sentidos do gênero abordado e dos mecanismos de funcionamento da linguagem. A esse respeito, Dolz, Noverraz e Schneuwly (2011) afirmam que a sequência didática contribui para desenvolver a capacidade comunicativa dos envolvidos no processo de ensino e aprendizagem pelo fato de propiciarem a criação de contextos reais de produção. Vale ressaltar o papel do professor que, mais do que um mediador, precisa ter uma postura de agente de letramento que, segundo Kleiman(2006), (...) no caso da escola, seria um promotor das capacidades e recursos de seus alunos e suas redes comunicativas. Para o trabalho de retextualização, seguiu-se a proposta de Oliveira (2005), sobretudo nas operações de divisão do texto em unidades de comunicação, adequação das palavras ao sistema ortográfico oficial, eliminação das repetições, introdução da pontuação detalhada, retomada do texto pela leitura. O resultado do trabalho foi positivo, uma vez que houve a adesão de boa parte dos alunos e um aprimoramento da escrita de vários deles. No entanto, cabe ressaltar que as produções textuais, pelas dificuldades individuais, situam-se entre a crônica propriamente dita e narrativas simples, com poucas nuances de humor, de crítica ou de reflexão, como seria de se esperar em uma crônica. Dado que os gêneros são relativamente estáveis, há espaço, também, para a instabilidade que se manifestou na produção dos alunos.