Avaliação da qualidade da terapia nutricional parenteral em hospital geral brasileiro de grande porte dotado de equipe multidisciplinar de terapia nutricional

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Shiroma, Glaucia Midori
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5168/tde-08042016-162244/
Resumo: INTRODUÇÃO: O controle de qualidade em Terapia Nutricional Parenteral permite a identificação de processos inadequados em nutrição parenteral. O objetivo deste estudo foi avaliar a qualidade da prática de Terapia Nutricional Parenteral em um hospital geral brasileiro de grande porte com uma Equipe Multidisciplinar de Terapia Nutricional estabelecida. MÉTODOS: O presente estudo observacional, longitudinal, analítico e prospectivo analisou 100 pacientes adultos internados sob terapia nutricional parenteral e os cuidados de uma equipe multidisciplinar de terapia nutricional, durante 21 dias ou até a alta hospitalar/óbito. Durante esse período, a qualidade da terapia nutricional parenteral praticada foi avaliada em relação à conformidade de sua indicação com diretrizes internacionais (ASPEN 2007), à conformidade do volume de solução de nutrição parenteral prescrito com aquele efetivamente infundido, à conformidade com metas de indicadores de qualidade em terapia nutricional (IQTN; ILSI-Brasil) e à incidência de complicações mecânicas, metabólicas e infecciosas. A associação entre as diferentes variáveis estudadas foi testada por análise univariada, aplicando-se o teste exato de Fisher. A correlação com desfechos clínicos (alta / óbito) incluiu a análise de variância Anova (para grupos de doenças) e o teste Mann-Whitney (para adequação entre volume prescrito e volume recebido de solução parenteral). Para todas as análises adotou-se nível de significância de 5% (p < 0,05) e o programa SPSS 18,0 para Windows (SPSS, Chicago, IL, EUA) para sua condução. RESULTADOS: As indicações de terapia nutricional parenteral não estavam em conformidade com as orientações da ASPEN 2007 em 15 pacientes. Entre os 85 pacientes restantes, 48 (56,5%) não receberam terapia nutricional parenteral adequadamente (> 80% do volume total prescrita). Fatores significativamente associados com inadequação do volume de nutrição parenteral infundido (p < 0,005) foram: ordem médica independente da equipe multidisciplinar de terapia nutricional, progressão da terapia nutricional parenteral, mudanças no cateter venoso central, causas desconhecidas e desajustes operacionais (por exemplo, perda de prescrição médica, não entrega da solução de NP por atraso na farmácia, temperaturas inadequadas para infusão da solução de NP). Observou-se correlação inversa significativa entre o tempo de administração de volume adequado de nutrição parenteral com a ocorrência de óbitos; e correlação direta dessa variável com a ocorrência de alta hospitalar (p = 0,047). Os indicadores de qualidade em terapia nutricional relacionados a cálculo de necessidades energéticas e proteicas e níveis de glicemia atingiram as metas estipuladas pelos indicadores; no entanto, a taxa de sepse e infecção de cateter venoso central foi maior do que a meta por eles preconizada. As complicações associadas à terapia nutricional parenteral encontradas foram de natureza infecciosa, principalmente relacionadas a infecções do cateter venoso central (28,23%). CONCLUSÕES: Em um hospital geral brasileiro de grande porte, apesar da presença de uma equipe de suporte nutricional estabelecida, observou-se um nível moderado de inadequação na indicação, administração e monitoramento da terapia nutricional parenteral nele praticada. Alguns fatores externos ao controle da equipe multidisciplinar de terapia nutricional parecem ser responsáveis por essas inadequações. Essas observações reforçam a necessidade de rever a eficiência da equipe de suporte nutricional, principalmente quanto à sua inter-relação com os demais membros da equipe assistencial hospitalar