Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Antunes, Marcia de Souza |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5168/tde-01022021-130259/
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Resumo: |
Introdução: Os ácidos graxos poli-insaturados (AGPI) ômega (n)-3 eicosapentaenoico (EPA) e docosaexaenoico (DHA) podem influenciar a resposta imunológica, com efeitos potencialmente anti-inflamatórios. A disponibilidade celular (principalmente leucocitária) de EPA e DHA é fundamental para que esses efeitos imunomoduladores ocorram. Em pacientes cirúrgicos sob terapia nutricional parenteral, a infusão de emulsão lipídica contendo óleo de peixe (ELOP), como fonte de EPA e DHA, pode atenuar efeitos adversos da resposta inflamatória pós-operatória, com melhora de marcadores imunológicos e desfechos clínicos. Entretanto, ausência de benefícios clínicos também é relatada e poderia se associar com tempo insuficiente de infusão de ELOP. Aceita-se que o tempo de infusão parenteral de ELOP seja o necessário para disponibilizar na célula EPA e DHA (cerca de 3 dias), mas este pode não ser suficiente para manter essa disponibilidade ativa durante toda a dinâmica da resposta imunológica pós-operatória. Nesse sentido, faltam diretrizes para orientar essa atuação na área de nutrição clínica. Objetivo: Para contribuir com o planejamento de protocolos em nutrição especializada, o presente estudo avaliou níveis plasmáticos, hepáticos e leucocitários de AGPIs, após diferentes períodos do término da infusão parenteral de ELOP em ratos Lewis submetidos à cateterização cirúrgica do sistema venoso central (CVC). Métodos: Após 5 dias de adaptação em gaiolas metabólicas, 78 ratos Lewis machos (300-450 g) alimentados com dieta oral padrão foram sacrificados (grupo CB; n = 6) ou submetidos apenas à CVC (grupo CC; n = 24) ou também à infusão parenteral (72 horas, 4,3g de gordura/kg de peso corpóreo) de emulsão controle sem óleo de peixe (grupo EC; n = 24) ou de ELOP (grupo OP; n = 24). Os animais submetidos à CVC foram sacrificados 0 (T0), 2 (T2), 6 (T6) e 12 (T12) horas após o período correspondente ao término da infusão de emulsões, de tal forma que cada grupo/tempo foi constituído por 6 animais. Cromatografia gasosa determinou a quantidade e porcentagem de EPA, DHA e ácido araquidônico (ARA) e razão n-3:n-6 no plasma, fígado e pools de leucócitos mononucleares e polimorfonucleares do sangue. Testes de Kruskal-Wallis e Wilcoxon analisaram os dados obtidos no plasma e fígado, enquanto os leucocitários foram tratados com análise descritiva. Resultados: Conforme observado no grupo CB, as amostras de plasma, fígado e leucócitos apresentaram ausência de EPA e DHA (exceto por baixa quantidade de EPA em leucócitos mononucleares) e quantidades mensuráveis (plasma e fígado) a altas (leucócitos) de ARA. Imediatamente após a infusão de ELOP (T0), a quantidade desses AGPIs mudou em todas as amostras estudadas, resultando em maior razão n-3:n-6, em comparação aos grupos sem infusão de ELOP (p < 0,05). Essas alterações permaneceram até T6 no plasma e T12 no fígado, mas a partir de T2 não houve mais EPA e DHA nos leucócitos, exceto por baixos níveis de EPA em células mononucleares. Em geral, os dados de porcentagem confirmaram esses achados. Conclusões: A infusão de ELOP aumentou a razão n-3:n-6 nas amostras estudadas, sugerindo fenótipo leucocitário menos inflamatório. Entretanto, tomando-se o fígado como referência, houve elevada taxa de utilização de EPA e DHA por leucócitos. A alta labilidade de AGPI n-3 em leucócitos sugere que a infusão de ELOP para fins imunomoduladores em cirurgia deva ser mantida durante toda a dinâmica da resposta imunológica pósoperatória, para favorecer benefícios clínicos |