Setor automotivo brasileiro: evolução da estrutura produtiva e sua importância regional nos anos 90

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2005
Autor(a) principal: Cecchini, Kerlyng
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11132/tde-20191218-181857/
Resumo: O principal objetivo deste trabalho foi analisar a evolução da estrutura produtiva do setor automotivo brasileiro e sua importância nas regiões brasileiras nos anos 90. O estudo se justifica haja vista a intensa utilização, pelos governos federal e estaduais, de instrumentos de política visando atrair investimentos para este setor nesse período. As análises foram realizadas com base nos fundamentos da teoria insumo-produto. Foram utilizadas as matrizes de insumo-produto nacionais para estimação do valor adicionado, pessoal ocupado e produtividade do trabalho do setor automotivo para o período de 1990 a 2002. Recorreu-se ainda a um modelo insumo-produto inter-regional construído para 6 regiões da economia brasileira: Norte, Nordeste, Centro-Oeste, São Paulo, resto do Sudeste e Sul, referente ao ano de 1999. Dessa forma, foi possível avaliar o poder de encadeamento setorial, bem como os efeitos de transbordamento em termos de produção, emprego e renda entre as regiões brasileiras. Adicionalmente, utilizou-se o método de identificação e análise de fuzzy clusters proposto por Dridi e Hewings (2002a) na análise da estrutura produtiva nacional e regional. Dentre os principais resultados obtidos na análise de clusters destacam-se a importância das atividades do setor automotivo localizadas em São Paulo e no Sul no relacionamento com os demais clusters regionais do sistema. Além disso, observou-se que os clusters nacionais apresentam menor dependência entre si em 2002, relativamente a 1990. Isso sugere que com a abertura comercial e a consequente entrada de produtos importados na década de 90, as relações produtivas domésticas tornaram-se menos densas na economia brasileira. As análises da estrutura produtiva, por sua vez, indicam que as atividades do setor automotivo, em geral apresentam elevado poder de interligação para trás, exercendo papel relevante como setores demandantes de insumos da economia. Os resultados também revelam a importância na dinâmica produtiva nacional da atividade de Peças e outros veículos de São Paulo, classificada como um setor chave na economia. Conclui-se que além dos encadeamentos para trás, a importância do setor pode ser explicada em virtude da oferta de peças de reposição para manutenção da frota de veículos da economia. Essa atividade, portanto, ao mesmo tempo em que apresenta potencial de geração de emprego, intensifica as relações produtivas econômicas, sendo interessante sua utilização como foco de uma política de desenvolvimento setorial regional. A análise também aponta para a importância do setor de Comércio de veículos e peças em termos de geração de emprego e em termos de poder de encadeamento na estrutura produtiva. Além do setor de autopeças, conclui-se também a importância de se enfatizar as atividades econômicas fornecedoras de insumos a esse setor como a metalurgia, siderurgia, indústria de plásticos, componentes eletrônicos, nos objetivos de políticas de desenvolvimento setorial. Como esperado, São Paulo, resto do Sudeste e Sul são as regiões mais favorecidas no que se refere aos transbordamentos de renda, produção e emprego, visto que apresentam maior complexidade produtiva