Exposição ao bullying no trabalho e a saúde mental dos trabalhadores da atenção primária à saúde no município de São Paulo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Ballarotti, Bruna
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5137/tde-22022024-143636/
Resumo: Introdução: A exposição a fatores estressores no trabalho em saúde tem consequências para a saúde mental dos profissionais, para a qualidade do cuidado ofertada, e para as instituições de saúde. A depressão e o esgotamento profissional (burnout) podem ser consequência dessa exposição. O bullying no trabalho está entre os estressores que podem afetar a saúde mental dos profissionais da saúde. Entretanto, ainda são raros os estudos que investigaram as relações entre a exposição ao bullying no trabalho e suas associações com sintomas depressivos e burnout em trabalhadores da saúde no contexto nacional, em particular na Atenção Primária à Saúde (APS). Objetivos: (1) estimar a ocorrência de bullying no trabalho na APS; (2) investigar se há associação entre características individuais e exposição ao bullying no trabalho; (3) investigar se características do trabalho estãoassociadas ao bullying; (4) investigar se existe associação entre exposição ao bullying e depressão e burnout em trabalhadores da APS no município de São Paulo. Método: Foram analisados dados da pesquisa PANDORA-SP (Panorama of Primary Health Care Workers in São Paulo, Brazil: Depression, Organizational Justice, Violence at Work, and Burnout Assessments), estudo de corte transversal (n=2.940) cujos participantes foram agentes comunitários de saúde, médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem que trabalhavam na Estratégia Saúde da Família no município de São Paulo. Foram utilizados o Patient Health Questionnaire-9 para analisar sintomas depressivos e o Maslach Burnout Inventory para analisar burnout. O bullying foi avaliado pelo questionário sobre atitudes negativas no trabalho. A escala de estresse no trabalho (modelo demanda-controle) foi utilizada para caracterizar o tipo de trabalho. Foi realizada análise estatística descritiva e, a seguir, a análise bivariada e multivariada para investigar as associações entre as variáveis individuais e os desfechos. Resultados: A prevalência de bullying no trabalho foi de 13,7% (IC95% 12,4 15,0). Os participantes com maior chance de reportar bullying no trabalho foram aqueles com idade entre 18 e 29 anos, viúvos e separados, os que não receberam feedback do supervisor, os que tiveram faltas no último mês, apresentaram trabalho do tipo ativo, de alto desgaste e com baixo apoio social no trabalho. A exposição ao bullying aumentou em mais de 5 vezes a chance de apresentar depressão e em mais de 4 vezes a chance de apresentar burnout alto. Conclusões: Identificar como essa manifestação extrema de violência no trabalho e o quanto o bullying se relaciona com o desenvolvimento de depressão e burnout nos trabalhadores da APS é de fundamental importância para elaboração de estratégias para prevenir e mitigar os efeitos do bullying bem como mitigar a ocorrência de depressão e burnout nos trabalhadores da APS e, assim, evitar suas consequências para os próprios trabalhadores, para a população assistida e para as instituições. Implementar estilos de liderança baseados na comunicação efetiva e no suporte social no trabalho pode contribuir para mitigar o bullying no trabalho e suas consequências