Caracterização molecular de Sarcocystis spp. em aves silvestres de diversas classes taxonômicas: relações entre Sarcocystis falcatula, Sarcocystis neurona e organismos correlacionados prevalentes no Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Llano, Horwald Alexander Bedoya
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
18S
SAG
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/10/10134/tde-24012020-123445/
Resumo: Sarcocystis são parasitos coccidios intracelulares caracterizados por um ciclo de vida obrigatório em dois hospedeiros. Multiplicação assexuada do parasito ocorre em hospedeiros intermediários, geralmente onívoros, com formação de cistos na musculatura. A fase sexual, com formação de oocistos/esporocistos, ocorre no intestino delgado de hospedeiros definitivos, geralmente carnívoros. Mais de 30 espécies de Sarcocystis são reconhecidas em aves e algumas delas, como S. falcatula e S. calchasi, podem ser patogênicas para hospedeiros aberrantes. Em aves que atuam como hospedeiros intermediários, a infecção ocorre pela ingestão de alimentos ou água contaminados com esporocistos. Aves que atuam como hospedeiros definitivos se infectam pelo consumo de tecidos contendo cistos. Poucos estudos em sarcocistose aviária têm sido realizados na América do Sul. No presente estudo, investigamos a presença de coccidios formadores de cistos na musculatura de aves silvestres coletadas pela Divisão Técnica de Medicina Veterinária e Gestão da Fauna Selvagem (DEPAVE-3) no estado de São Paulo, Brasil. Amostras de músculo peitoral de 400 aves pertencentes a 103 espécies foram submetidas a extração e amplificação de DNA pela nPCR-ITS1 direcionada à sequência do primeiro espaço transcrito interno do DNA ribossômico para triagem das amostras. Estes primers permitem a detecção de uma ampla diversidade de organismos pertencentes a família Sarcocystidae, pois hibridizam em regiões conservadas dos genes codificadores de DNA ribossômico 18S e 5.8S. Em amostras positivas na nPCR-ITS1, outros fragmentos gênicos foram amplificados por PCR. Amostras relacionadas com S. falcatula foram caracterizadas com sequências gênicas codificadoras de antígenos de superfície (SAGs) e nas demais amostras, genes mais conservados como citocromo c oxidase subunidade I (COX1) e a fração do gene do DNA ribossômico (18S rDNA) foram amplificados. Os produtos amplificados foram sequenciados, em todos os casos. Com esta metodologia, 36 amostras positivas na nPCR-ITS1, foram relacionadas com S. falcatula, das quais 28 foram identificadas como S. falcatula (10 Piciformes, 8 Psittaciformes, 5 Columbiformes, 2 Accipitriformes, 1 Anseriformes, 1 Passeriformes, 1 Strigiformes), 7 como Sarcocystis sp. ex Cacicus haemorrhous (6 Passeriformes, 1 Piciformes), e uma como Sarcocystis sp. ex Guira guira (1 Cuculiforme). As duas últimas espécies são inéditas. Dez amostras de outros Sarcocystídeos também foram amplificadas na nPCR-ITS1, das quais uma foi identificada como S. halieti (1 Accipitriformes), seis como Toxoplasma gondii (3 Pelecaniformes, 2 Falconiformes, 1 Columbiformes), uma como Sarcocystis sp. ex Coragyps atratus (1 Cathartiformes) e uma como Atoxoplasma sp. ex Icterus jamacaii (1 Passeriformes). As duas últimas espécies são inéditas. Este estudo é a primeira pesquisa extensiva em aves silvestres no Brasil para espécies de Sarcocistídeos, relatando pela primeira vez infecção natural com S. falcatula em 14 espécies incluindo a Ordem Piciformes e mostrando a ampla diversidade de hospedeiros intermediários da América do Sul para Sarcocystis spp.