Variação espacial e temporal de microcrustáceos planctônicos do lago Monte Alegre e experimentos abordando a influência da qualidade do alimento sobre o desempenho dos cladóceros

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Souza, Bruno Barretto de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/59/59139/tde-16072015-164909/
Resumo: Este trabalho está dividido em dois capítulos. O primeiro aborda a distribuição espacial de microcrustáceos planctônicos nas zonas litorânea e limnética do lago Monte Alegre, situado em Ribeirão Preto, estado de São Paulo, e a influência de fatores abióticos e bióticos sobre o desenvolvimento e a distribuição. Este capítulo utiliza dados de Ferreira (2013) referentes à zona limnética e constitui um manuscrito, que deverá ser submetido para publicação; os dados coletados e analisados neste trabalho foram os referentes à zona litorânea, bem como todo tratamento estatístico para a comparação entre as duas zonas. Foram analisadas amostras semanais do zooplâncton e seus predadores invertebrados, obtidas no mesmo período nas zonas litorânea e limnética, durante um ano, com o objetivo de estudar a flutuação ao longo do ano, sua reprodução e quais espécies de microcrustáceos planctônicos ocupam o litoral do lago; os fatores físicos e químicos avaliados no mesmo período das coletas foram utilizados para determinar as condições em que os organismos se encontram nas duas zonas. A distribuição das espécies planctônicas mais abundantes ocorreu em ambas as zonas, sendo que Bosmina tubicen e Diaphanosoma birgei mostraram preferência pela zona litorânea, enquanto Daphnia gessneri foi mais abundante na zona limnética e Ceriodaphnia richardi e Daphnia ambigua foram indiferentes quanto a sua distribuição nas zonas litorânea e limnética. Os copépodos distribuíram-se preferencialmente na zona pelágica. Maior concentração de carbono algal foi registrada na zona limnética em relação à zona litorânea, porém algumas algas podem apresentar características indigestas. Nossos dados indicam que o litoral possui condições favoráveis para o desenvolvimento de cladóceros planctônicos, sendo que a preferência de algumas espécies por essa zona poderia ser uma adaptação para diminuir a predação por invertebrados limnéticos. Embora o litoral tenha outros predadores, a mortalidade na zona limnética deve ser maior. O capítulo dois apresenta a distribuição horizontal da comunidade de microcrustáceos, especialmente os cladóceros, em três zonas do lago Monte Alegre - no banco de macrófitas, na borda do banco de macrófitas e na zona limnética - e o efeito desta distribuição sobre sua reprodução e tamanho. As amostragens de zooplâncton e medições de fatores físicos e químicos foram realizadas durante 18 dias, em intervalos de 3 dias. Também foram realizados experimentos em laboratório para analisar a influência da quantidade e qualidade do alimento sobre os parâmetros de tabela de vida de duas espécies de cladóceros encontradas no lago, utilizando o séston de cada zona. Fatores físicos e químicos do séston também foram avaliados no período dos experimentos. D. birgei mostrou preferência pela zona litorânea e D. ambigua pela zona limnética, enquanto C. richardi e D. gessneri não apresentaram preferência significativa. A qualidade do alimento não influenciou de maneira negativa o desenvolvimento de C. richardi e D. birgei, no período dos experimentos, podendo não ser o fator responsável por sua distribuição no lago. Já D. birgei apresentou diferenças significativas entre as zonas, quanto ao total de neonatos por fêmea, fecundidade média e máximo de neonatos por prole. Dessa maneira, a zona litorânea do lago Monte Alegre mostrou- se propícia ao desenvolvimento de cladóceros planctônicos; a qualidade do séston nesta zona não influencia de maneira negativa os parâmetros de tabela de vida de C. richardi e D. birgei.