A indústria de construção naval: uma abordagem estratégica.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2006
Autor(a) principal: Cunha, Marcus Sá da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/3/3135/tde-11122006-141056/
Resumo: A abordagem estratégica de uma indústria é fundamentada no conhecimento dos mecanismos que regulam a competição dentro da mesma. As empresas participantes de qualquer indústria, de forma racional ou não, procuram um posicionamento favorável em relação aos seus concorrentes, de forma usufruir vantagens competitivas que se traduzam em rentabilidades superiores. Portanto, torna-se necessária a formulação de uma estratégia que é um caminho viável que conduzirá uma empresa a este posicionamento. As empresas da indústria naval competem entre si pelas encomendas dos armadores. Estes por sua vez tentam impor o seu poder de barganha exigindo menores preços e padrões de qualidade superiores. Na outra extremidade encontram-se os fornecedores que procuram capitalizar para si uma parcela do valor gerado pela indústria nos preços dos insumos fornecidos. Em meio a essas pressões, o ambiente competitivo do setor sofre a permanente ameaça da chegada de novos concorrentes, dispostos a lutar por uma fatia do mercado; sem dizer a possibilidade de embate com produtos ou serviços substitutos com desempenho equivalente. A arena desta competição é internacional, pois a construção naval é uma indústria global, ou seja, a posição estratégia de um estaleiro em um país é fortemente influenciada pela sua posição competitiva em outros países. Além disso, cabe ressaltar que além deste escopo global de competição, o seu ambiente econômico é estruturalmente cíclico, altamente influenciado pelos ciclos de desenvolvimento da economia mundial. No momento presente a indústria vive um momento de euforia, com preços aquecidos e carteiras de encomendas que garantem produção para mais de três anos para os principais construtores mundiais. É nesse momento de otimismo que a TRANSPETRO, a companhia de navegação da Petrobrás, lança um ousado programa para renovação e ampliação de sua frota de petroleiros, colocando uma licitação para a construção de 42 navios em estaleiros nacionais, com o objetivo subsidiário de estimular a revitalização da indústria naval brasileira. O fato é que o fracasso dos planos de construção naval (PCN) ao final da década de 70 ainda está na memória nacional. A indústria brasileira após alcançar a vice-liderança mundial assistiu o seu próprio colapso em meio à recessão mundial provocada pelas crises do petróleo em 1973 e 1979. Martin Stopford, diretor-presidente da Clarkson Research, afirma que o atual momento da indústria é uma espécie de ?super ciclo?, porém não há indícios que esteja surgindo um novo paradigma. Embora a indústria esteja em um patamar sem precedentes ela deverá experimentar a seguir períodos de desaquecimento. Pensar em estratégia para concorrer na indústria naval é pensar no longo prazo, ou seja, como diz o Professor Stopford: é necessário olhar além dos ciclos.