Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2006 |
Autor(a) principal: |
Nagae, Neide Hissae |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8151/tde-14052007-151503/
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Resumo: |
O presente trabalho constitui um estudo sobre um conjunto de obras pertencentes ao gênero japonês de cunho autobiográfico denominado Romance do Eu, com o intuito de traçar características comuns a essas obras que sirvam como apontamentos para uma morfologia desse gênero surgido no início do século XX. Num primeiro momento, situamos o Romance do Eu no contexto histórico-literário do Japão e apresentamos as discussões de estudiosos japoneses na fase inicial de desenvolvimento dessa forma literária, além da visão de dois estudiosos estrangeiros sobre o gênero. Nesse percurso, traçamos ligações entre as obras estudadas com a repressão ideológica e o exercício da liberdade de expressão na postura acuada e resignada dos protagonistas, encontradas num conjunto de obras analisadas num segundo momento, que vão desde 1906, com a obra Futon (Acolchoado), de Tayama Katai, até o final da Segunda Guerra Mundial. Tais obras revelaram uma sensível e rica diversidade quando analisadas pelos elementos da narrativa que estruturam o texto, mas não foi possível encontrar textualmente aspectos que identificassem o protagonista da obra com seu autor. Na realidade, elas se mostraram uma forma velada de contestação ao sistema autoritário do Japão ao centrarem seu conteúdo em fatos da vida pessoal do autor e parodiarem os romances europeus introduzidos na época. Esse dialogismo do Romance do Eu desenvolve-se também no nível textual da obra de Dazai Osamu, intitulada Pôr-do-Sol, escrita em 1947, logo após a rendição do Japão e ainda sob a ocupação das tropas norte-americanas, incumbidas de iniciar a democratização do país. O estudo desenvolvido nesse terceiro momento mostra que o autor utiliza, ainda, outras formas literárias que privilegiaram a ficção na literatura japonesa, elabora personagens que são desdobramentos de si mesmo e que dialogam entre si e faz uso de diferentes formas narrativas, que se mesclam à intertextualidade de obras japonesas e ocidentais, criando, assim, uma obra que dispensa o rótulo de Romance do Eu e assegura a sobrevivência dessa forma narrativa na prosa moderna do Japão. |