Os discursos sobre laços de família e escola: o que os estudantes têm a dizer?

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Souza, Dayana Coelho
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/59/59140/tde-11022020-145820/
Resumo: A presente dissertação foi elaborada a partir de pesquisa na área da educação, embasada na psicanalise freudo-lacaniana e com contribuições da Análise de Discurso de matriz francesa pecheuxtiana. Para Lacan (2008) a função primordial da família é transmissão da cultura através da inserção no universo da linguagem, Roudinesco (2003) ressaltou que a principal lei a ser transmitida é a do desejo que funda os sujeitos e permite a civilização. Nosso objetivo geral foi analisar os discursos que estudantes adolescentes apresentam sobre laços de família e educação formal. Já nossos objetivos específicos foram os seguintes: Analisar as concepções sobre família nos discursos de adolescentes; Analisar como discursos sobre laços de família atravessam os discursos sobre a educação formal; Analisar os lugares ocupados pela família e pela escola na transmissão da lei. Para isso, efetuamos análise do discurso de quatro adolescentes, com idades variando entre treze e quatorze anos que frequentam oitavo e nono ano do ensino fundamental II, de uma escola pública no interior paulista. Foram efetuadas entrevistas a partir de roteiro pré-elaborado sobre o tema com questões abertas baseadas na literatura pesquisada sobre o assunto, e elaboradas de modo que encorajassem os sujeitos a narrarem as suas histórias familiares, a conceituarem família, a discorrerem sobre o que pensam sobre a família na atualidade e a relação com a educação formal. Posteriormente as entrevistas foram gravadas e transcritas. Foram efetuadas escutas flutuantes dos áudios e leituras flutuantes das entrevistas transcritas e selecionados recortes das entrevistas, tendo como critério os objetivos da pesquisa. Os adolescentes escutados nos ensinaram que as subjetivações não são determinadas a algum tipo de arranjo familiar especifico, e sim em como eles se posicionaram frente as contingencias de suas famílias, a partir do que foi transmitido para eles. O lugar do Outro esteve presente nos discursos dos adolescentes escutados, de modo que não estavam em uma posição de errância. Os discursos apresentaram famílias nas quais houve relações de menor autoritarismo, são outros modos de se relacionar, mas há interdição presente. A escola ocupou lugar de referência para as identificações imaginárias, simbólicas e lugar de amenizar as angústias. Já atividade intelectual apareceu como objeto necessário a uma possível completude no futuro, mas não como uma atividade prazerosa, sublimatória.