Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Guimarães, Júlia Garcia |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17136/tde-10102023-111627/
|
Resumo: |
Infecções fúngicas invasivas (IFI) são responsáveis por altas taxas de morbidade e mortalidade, causando cerca de 1,5 milhões de mortes anualmente no mundo. Candida albicans está entre os principais agentes causadores de IFIs nas últimas décadas, enquanto espécies de Candida não albicans têm emergido como uma preocupação crescente de saúde pública global. Além disso, a COVID-19 tem sido associada ao aumento da incidência de IFIs, como a mucormicose que tem o Rhizopus oryzae como o agente causador mais prevalente. Uma resposta imunitária efetora do hospedeiro contra IFIs depende da atividade de células T que são susceptíveis aos efeitos reguladores desencadeados por fatores de virulência do fungo, e essa condição propicia o estabelecimento e a progressão da infecção. A parede celular fúngica é um importante fator de virulência ao atuar como uma importante barreira frente aos agentes citotóxicos presente no ambiente, e também apresenta uma capacidade de regular a expressão e distribuição de diversas moléculas na superfície celular, o que propicia uma subversão da resposta imune do hospedeiro. Essa dinâmica da parede celular fúngica auxilia no estabelecimento da infecção e frequentemente mascara diversos componentes imunogênicos que são passíveis de reconhecimento por células da imunidade do hospedeiro. Uma maneira de redirecionar células T para reconhecerem o fungo através de alvos presentes na parede celular e possibilitar a atuação direta de células T citotóxica contra o patógeno é mediada pela aplicação da tecnologia do receptor antigênico quimérico (CAR). Esse receptor induz a ativação celular de forma imediata após a interação com o alvo. Nesse contexto, a presente dissertação gerou um CAR específico para manana, denominado M-CAR, que é um componente da parede celular de diversos fungos, e foi avaliado a capacidade do M-CAR de induzir a ativação de células T frente as formas morfológicas de Candida spp. Células Jurkat expressando M-CAR após a transdução com multiplicidade de infecção (MOI) de 1, 3, 5 ou 10, foram capazes de reconhecerem diferentes espécies de Candida spp.. Além disso, células modificadas com M-CAR produziram elevados níveis de IL-2 e tiveram uma alta expressão de CD69 frente ao co-cultivo com hifa de C. albicans. M-CAR também induziu altos níveis de IL-2 na presença de hifa de C. tropicalis, pseudohifa de C. parapsilosis, levedura de C. glabrata e esporos de R. oryzae. A capacidade de M-CAR em mediar a ativação de células T frente às espécies de Candida spp. promoveu um aumento da expressão de marcadores de exaustão celular e indução de apoptose no período de co-cultivo com C. albicans. Em adição a isso, as células modificadas com M-CAR foram responsivas após a incubação com as formas solúveis de manana, obtida de S. cerevisae, e peptídeo β-glucano (BGP); e a interação de M-CAR e manana conjugada com fluoróforo demonstrou uma distribuição do M-CAR na superfície celular na forma de clusters através de microscopia de fluorescência. A expressão de células M-CAR em células NK-92 foi viável e possibilitou o estabelecimento de uma população estável para a expressão de M-CAR. Além disso, a modificação de PBMC com M-CAR permitiu a expansão de uma população de células T M-CAR capaz de reconhecer C. albicans e induzir a produção de IFN-γ. O conjunto desses achados evidenciaram a capacidade do M-CAR em mediar a ativação de células T frente a Candida spp., abrindo novas perspectivas para avaliar a atividade fungicida de células T e NK humanas após a modificação com M-CAR. |