O socialismo fora do lugar. Forma literária e matéria social em Manuel Rui

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Silva, Osvaldo Sebastião da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8156/tde-05122019-175949/
Resumo: Quem me dera ser onda (1982), de Manuel Rui (Huambo, 1941 -) constitui, reconhecidamente, um momento alto da ficção angolana pós-independência, com implicações extraliterárias muito próprias. Quase por unanimidade, a crítica encarou a narrativa sob ângulo da sátira social ou costumbrista, em que o acento recaiu sobre a caricatura de comportamentos considerados desviantes dos padrões de sociedade almejados pelos ideais revolucionários dos idos de 1980. Sem desmerecermos tais interpretações, antes incorporando-as por entendermos fazerem parte de um processo de acumulação crítica, do qual toda a leitura seguinte se beneficia, nosso argumento vai em sentido diverso, a saber: sem prejuízo da feição caricata, a comicidade a que a conduta das personagens se presta consiste na formalização de um jogo de ambivalências, desajustes e contrassensos que deixam entrever a especificidade de um sistema de relações sociais, aquele que resultou do (de)encontro da ideologia do proletariado com a experiência local de uma ex-colônia portuguesa a sul do Saara.