Repensando a nova direita: subsídios para compreensão do apoio a candidatos de direita no município de São Paulo de 1988 a 1996

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1999
Autor(a) principal: Alves, Maria Teresa Gonzaga
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8132/tde-22122022-170508/
Resumo: Este trabalho oferece subsídios para a compreensão do voto de direita na cidade de São Paulo, que cresceu continuamente de 1988 a 1996. Este fenômeno, guardada as particularidades locais, se inscreve na tendência mundial de renovação da direita observada nos países capitalistas avançados, desde meados dos anos 70, e no Brasil, a partir do final dos anos 80. Com base na bibliografia internacional, foram identificados alguns contextos em que o termo \"nova direita\" aparece, os seus respectivos conteúdos e estabelecidas distinções entre eles. A partir desta referência, algumas idéias-chaves sobre a nova direita foram construídas e serviram de referência para analisar a revitalização da direita no Brasil e especificamente na cidade de São Paulo. A direita no Brasil é um fenômeno plural. Até meados dos anos 80, a clivagem básica entre a direita e esquerda era definida entre os defensores do regime militar à direita e da redemocratização à esquerda. A partir da Nova República, novas clivagens surgiram, sendo possível identificar pelo menos uma direita mais ideológica, portadora de um discurso conservador coerentemente articulado e inspirado na agenda neoliberal, em geral com base social entre os estratos mais ricos da sociedade, ao lado de uma direita mais personalista e clientelista, que mobiliza os setores populares mais por temas morais do que políticos. O sucesso eleitoral da direita na cidade de São Paulo parece estar associado a sua capacidade de se renovar e fazer coincidir os seus interesses com as demandas específicas destas bases sociais. Esta hipótese foi testada a partir de surveys realizados na cidade de São Paulo em 1993 e 1995. Os resultados da primeira pesquisa indicam que os conteúdos da direita mais programática são mais associados aos estratos sociais mais ricos que, em geral, apoiam os programas neoliberais e são antiesquerda; e entre os setores mais pobres há maior afeição com os temas ligados à ) moralidade e ao autoritarismo, mas também ao estatismo. Estas clivagens estiveram associadas à direção do voto na eleição presidencial de 1989, sugerindo que o eleitor é sensível ao debate ideológico. Os dados da pesquisa de 1995 indicam que alguns temas da agenda neoliberal encontram-se bem mais disseminados por todos os estratos sociais