Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Março, Michele Oliveira de |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5168/tde-07022024-162955/
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Resumo: |
Introdução: as neoplasias gástricas são um dos principais tipos de câncer no mundo e a detecção precoce é essencial para melhorar o prognóstico. A endoscopia é o procedimento diagnóstico padrão-ouro e permite o tratamento adequado em casos selecionados. A dissecção endoscópica submucosa (ESD) permite tratamento com segurança da maioria dos cânceres gástricos precoces (EGCs) com altas taxas de curabilidade. No entanto, dados sobre fatores prognósticos relacionados a ESDs de EGCs são escassos. Portanto, o objetivo foi revisar sistematicamente a literatura disponível e realizar uma meta-análise para identificar os fatores prognósticos relevantes nesse contexto. Método: este estudo foi realizado de acordo com as diretrizes PRISMA. Foram selecionados estudos comparativos, prospectivos ou retrospectivos, avaliando a relação entre ressecção curativa ou taxas de curabilidade a longo prazo e fatores prognósticos relevantes. Os fatores prognósticos foram dados demográficos, características da lesão (localização, morfologia da lesão, tamanho e profundidade da invasão), achados histológicos, infecção por Helicobacter pylori (HP), presença de atrofia gástrica e IMC. Por fim, avaliou-se também os fatores de risco relacionados à neoplasia gástrica metacrônica. Resultados: a busca inicial recuperou 5.085 registros, entre os quais 46 estudos foram incluídos para revisão sistemática e metanálise. A amostra total totalizou 28.366 pacientes e 29.282 lesões. Em relação à ressecção curativa, as análises não mostraram influência significativa do sexo [Diferença de risco (RD): 0,02 (- 0,00, 0,03) p = 0,09; I2 = 37%], Idade [RD: 0,00 (- 0,06, 0,06) p = 0,97; I2 = 53%], Localização Posterior vs Não Posterior [RD: 0,03 (- 0,03, 0,09) p = 0,29; I2 = 81%], tipo macroscópico Deprimido vs Não Deprimido [RD: 0,02 (-0,00 , 0,04) p = 0,06; I2 = 0%] , Localização não superior vs superior [RD: 0,04(- 0,02, 0,09) p = 0,18; I2 = 79%], IMC [RD: 0,01 (- 0,03; 0,01) p = 0,4; I2 = 33%]. As neoplasias diferenciadas apresentaram maior chance de cura em comparação às indiferenciadas [RD: -0,49 (-0,58, -0,40) p < 0,00001; I2 = 0%]. Lesões ulceradas tiveram menores taxas de cura em comparação às não ulceradas [RD: 0,18 (0,11; 0,24) p < 0,0001; I2 = 7%]. Lesões menores que 20 mm tiveram maior chance de ressecção curativa [p = 0,004]. O sangramento durante o procedimento teve menores taxas de cura em comparação ao não sangramento [RD: 0,12 (0,06, 0,18) p < 0,0001; I2 = 0%] Em relação à cura em longo prazo, sexo feminino [RD: 0,03 (0,01, 0,04) p < 0,0001; I2 = 48%] e os cânceres até submucosa SM1 foram fatores de proteção [RD: -0,31 (-0,60, -0,01) p = 0,04; I2 = 98%]. Atrofia gástrica [RD: -0,04 (-0,10, -0,02) p = 0,04; I2 = 66%] e a relação pepsinogênio I/pepsinogênio II [RD: 0,08 (0,04, 0,13) p = 0,0002; I2 = 0%] foram fatores de risco para a neoplasia gástrica metacrônica. Conclusão: Lesões ulceradas, histologia, sangramento e tamanho > 20 mm são fatores prognósticos para ressecção curativa. Em relação à cura a longo prazo, o sexo feminino e a neoplasia até submucosa SM1 são fatores preditivos. A infecção por HP não tem influência nas taxas de curabilidade. A atrofia gástrica e a relação pepsinogênio são fatores de risco para neoplasia gástrica metacrônica |