Procedimentos para avaliação do reconhecimento de expressões faciais de emoções: normatização para o contexto brasileiro e influência de variáveis sociodemográficas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Cassis, Juliana Marques de Paula
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17148/tde-25072019-144750/
Resumo: O reconhecimento de expressões faciais de emoções (REFE) é essencial para a interação social cotidiana e a comunicação interpessoal e é considerado um aspecto importante da cognição social. É uma condição inata e universal nos seres humanos, mas pode ser influenciada por diferentes variáveis sociodemográficas como sexo, idade e escolaridade. Apesar do número expressivo de estudos relacionados ao REFE, não existe uma tarefa padrão utilizada em sua avaliação e as que se encontram disponíveis nem sempre passaram por um procedimento de padronização e normatização. O presente estudo propôs-se a avaliar comparativamente três diferentes tarefas de REFE utilizadas no contexto brasileiro, e disponibilizar um procedimento normatizado às características socioculturais de nossa população, considerando as variáveis anteriormente destacadas, em uma amostra da população geral, estimada estatisticamente (n=240). Para composição desta amostra, foram incluídos sujeitos de ambos os sexos, com idade entre 18 e 75 anos, sem prejuízos intelectuais e com variados níveis de escolaridade. A coleta de dados foi realizada individualmente. Os dados referentes a acurácia, tempo de resposta e intensidade para o reconhecimento das expressões foram salvos automaticamente pelo programa computacional gerador da atividade e alocados manualmente em um banco de dados. Utilizou-se para as análises estatísticas o programa Statistical Package for the Social Sciences (SPSS). Os dados sociodemográficos da amostra e aqueles relacionados ao desempenho nas tarefas foram analisados através de testes estatísticos descritivos e paramétricos (teste t de Student, Anova, Qui-Quadrado e Teste de Correlação de Pearson). O tamanho de efeito das diferenças foi calculado por meio do eta2 parcial e do d de Cohen. Para realizar o procedimento de normatização calculou-se a distribuição dos dados em percentis de acordo com cada tarefa e grupo estudado. Os resultados apontaram para uma ligeira superioridade das mulheres no REFE em tarefas dinâmicas, maior prejuízo do grupo na faixa etária dos 61-75 anos independente da tarefa, e menor acurácia dos sujeitos com menor escolaridade na tarefa estática. No que diz respeito às tarefas utilizadas observou-se que a acurácia foi maior na tarefa dinâmica preto e branco e que a tarefa estática exigiu maior tempo de resposta mas menor intensidade de emoção para o REFE. Em análises comparativas a tarefa dinâmica pareceu ser aquela com maior proximidade à condição real de contato humano. Considerando que a TDPB foi aquela com maior média de acerto considerou-se esta a mais apropriada para uso no nosso contexto. O estudo apresentou/disponibilizou ainda dados normativos para o contexto brasileiro em função do sexo, idade e escolaridade, que poderão servir como parâmetro de comparação em outros estudos clínicos, bem como para pesquisa de avaliação do reconhecimento emocional.