Avaliação da densidade mineral e microarquitetura óssea de adolescentes com alergia IgE mediada persistente ao leite de vaca

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Yonamine, Glauce Hiromi
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5141/tde-27022024-151904/
Resumo: Introdução: a alergia às proteínas do leite de vaca (APLV) mediada por Imunoglobulina E (IgE) persistente pode acarretar comprometimento da saúde óssea e aumento do risco de fraturas. Objetivo: avaliar a saúde óssea de adolescentes com APLV IgE mediada persistente em tratamento dietético prolongado. Método: estudo observacional, com corte transversal, envolvendo adolescentes do sexo feminino, entre 10 e 18 anos de idade, com APLV IgE mediada persistente e um grupo comparação de indivíduos saudáveis emparelhados por sexo e maturação sexual. Foram coletados dados demográficos, clínicos, antropométricos e alimentares. A saúde óssea foi avaliada pela densidade mineral óssea areal (aDMO) por absorciometria de dupla emissão de raiosx (DXA), microarquitetura óssea por tomografia computadorizada quantitativa periférica de alta resolução (HR-pQCT) e marcadores laboratoriais relacionados ao metabolismo ósseo: cálcio total e ionizável, fósforo, fosfatase alcalina, proteína total, albumina, cortisol, paratormônio, 25 hidroxi-vitamina D, propeptídeo do procolágeno tipo 1 e telopeptídeo carboxiterminal do colágeno tipo 1. Resultados: Foram incluídas 26 adolescentes com APLV IgE mediada persistente e 28 controles saudáveis. Não houve diferença entre os grupos em relação à idade, peso, estatura, índice de massa corporal, estadiamento puberal, raça e atividade física avaliada pela contagem de passos. A análise do registro alimentar de 24 horas demonstrou que o grupo com APLV IgE mediada persistente ingeriu menor quantidade de cálcio (p=0,012) e fósforo (p=0,009) na dieta. Em relação aos exames laboratoriais, houve diferença entre os grupos quanto à alteração dos níveis de cortisol (p=0,016). Adolescentes com APLV IgE mediada persistente em dieta de exclusão total (n=12) apresentaram maior comprometimento da saúde óssea em comparação com aquelas em dieta de exclusão parcial (n=14), com menor conteúdo mineral ósseo (CMO) de fêmur total (p=0,018), aDMO do fêmur total (p=0,034), escore do osso trabecular (TBS) de coluna lombar (p=0,010), densidade mineral óssea (DMO) volumétrica total da tíbia (p=0,021) e espessura cortical da tíbia (p=0,015). Comparado com controles, as adolescentes com APLV IgE mediada persistente apresentaram menor CMO e aDMO de coluna lombar e corpo inteiro, além de menor resistência óssea na região da tíbia distal (p<0,05). Uma subanálise com emparelhamento dos grupos pela presença de menarca demonstrou menor DMO volumétrica total e trabecular, espessura cortical e resistência óssea na região da tíbia e rádio (p<0,05) entre as adolescentes com APLV IgE mediada persistente quando comparadas com controles saudáveis. Conclusão: as adolescentes com APLV IgE mediada persistente apresentaram comprometimento da saúde óssea (menor aDMO, prejudicada microarquitetura trabecular e menor resistência óssea) em relação aos controles saudáveis. As adolescentes em dieta de exclusão parcial apresentaram melhor saúde óssea do que as adolescentes em dieta de exclusão total