O ensino de ciências por investigação na educação infantil: um olhar para o desenvolvimento de práticas epistêmicas por crianças pequenas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Assis, Jôse de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/81/81133/tde-08092022-161230/
Resumo: O crescimento das descobertas científicas e avanços tecnológicos provocou uma série de mudanças na sociedade e estas por sua vez refletiram na escola. No que se refere à educação científica, a mudança recaiu na necessidade de desenvolver um ensino que levasse em consideração não somente os aspectos conceituais como também, os aspectos relacionados aos processos de investigação, de como fazer ciências e da construção do conhecimento. Baseados em pressupostos teóricos consideramos que o ensino de ciências por investigação pode ser uma abordagem capaz de proporcionar aos estudantes, além da aprendizagem dos conceitos, uma maior interação com os aspectos do fazer científico e com as práticas envolvidas na construção do conhecimento científico, também denominadas de práticas epistêmicas. Entendemos que é importante que o desenvolvimento de atividades segundo a abordagem do ensino de ciências por investigação, assim como o envolvimento em práticas epistêmicas podem estar presentes na etapa da educação infantil, uma vez que esta é a primeira etapa da educação básica e, portanto, também suscetível às mudanças sociais que afetam a escola. Além disso, pressupomos que estes podem contribuir com uma aproximação entre os conhecimentos científicos e as crianças pequenas, possibilitando que a ciência tome parte do seu cotidiano, favorecendo que conheçam melhor o mundo em que estão inseridas e reconhecendo-as como agentes ativos da sociedade. Dessa forma esta pesquisa tem como objetivo analisar como as crianças pequenas se envolvem com práticas epistêmicas na Educação Infantil e como tais práticas se caracterizam enquanto elas desenvolvem atividades de investigação científica. Para alcançar nosso objetivo de pesquisa, elaboramos uma sequência de ensino investigativa (SEI) que tem como tema o Movimento das Minhocas e a desenvolvemos em uma turma com crianças de 5 anos da educação infantil em uma escola da rede municipal da cidade de São Paulo. Os dados provenientes das interações e produções das crianças enquanto desenvolviam as atividades, foram registrados por meio de videogravações, transcritos e organizados em unidades de análises e por fim categorizados. Nossos resultados indicam que as atividades da SEI, elaboradas com a intencionalidade de possibilitar às crianças o envolvimento em práticas epistêmicas, contribuiu de forma significativa para que elas mobilizassem tais práticas para responder à pergunta investigativa. Percebemos também que tais práticas se caracterizavam por meio das interações discursivas e produções das crianças e para isso destacamos o papel da professora que conduzia a investigação, ora fazendo perguntas ora avaliando e legitimando as falas e produções das crianças fazendo com que elas se sentissem participantes dos processos investigativos e da construção do conhecimento científico.