As vozes sem boca no manuscrito do cenógrafo Machado de Assis: Esaú e Jacob

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Schoeps, Luciana Antonini
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8146/tde-14032017-144107/
Resumo: Esta tese dedicase ao estudo enunciativo das rasuras presentes no manuscrito de Esaú e Jacob, conservado na Academia Brasileira de Letras, por meio do qual se pretende problematizar os mecanismos de construção do sentido da obra e da ironia em Machado de Assis. Para tanto, partese da análise do binômio aqui denominado de o manuscrito da ficção e a ficção do manuscrito. No primeiro eixo, apresento uma descrição críticogenética do manuscrito do referido romance e de alguns dos demais manuscritos do autor contendo marcas de algum trabalho de escrita para, em seguida, lançarme na análise enunciativa das rasuras operadas no manuscrito, observando de que maneira ocorre uma problemática construção da voz narrativa e do agenciamento discursivo das vozes, apoiandome mormente nas teorias de Émile Benveniste e de Jacqueline AuthierRevuz. No segundo eixo, na esteira sobretudo das análises de Abel Barros Baptista e de JoséLuis Diaz, dedicome ao estudo do autor ficcional, buscando observar em que medida tal recurso romanesco delineia uma complexa imagem autoral e define uma postura enunciativa que inviabiliza a percepção do autor como garantia do sentido do romance e, consequentemente, da ironia, desestabilizando a significação de forma ampla, mas fazendo com que seja recolocada a questão do corpo e da voz da literatura, além de permitir uma possível abertura em direção a novas partilhas do sensível, tal como indica Jacques Rancière.