Isolamento e identificação de metabólitos produzidos por linhagens de microrganismos do ambiente marinho

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Nicácio, Karen de Jesus
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/75/75133/tde-29092017-174924/
Resumo: A investigação de produtos naturais tem sido cada vez mais direcionada para o estudo de microrganismos, com destaque para aqueles do ambiente marinho. Neste trabalho foram estudadas linhagens bacterianas isoladas de tecidos da esponja Arenosclera brasiliensis, como parte de um estudo que tinha o objetivo de encontrar novas moléculas bioativas. O cultivo da linhagem bacteriana Pseudovibrio denitrificans Ab134 permitiu o isolamento e identificação de três compostos derivados de dibromotirosina, a fistularina-3 (26), o ácido verongidoico (27) e a 11-hidroxiaerotionina (28). Outros cinco compostos derivados de dibromotirosina foram detectados, em frações ainda impuras, através de análises por CLUE-qTOF e tiveram suas estruturas propostas de acordo com os íons de fragmentação observados no espectro de EMAR: aerotionina (29), um éster do ácido purpurocerático B (30), purealidina L (31) e aplisinamisina II (32). Este é o primeiro relato da produção dos derivados de dibromotirosina a partir de uma linhagem bacteriana e representa um forte indício de que tais compostos, comumente isolados de esponjas, são na verdade produzidos pela microbiota associada destes animais. O cultivo da linhagem fúngica Biatriospora sp. permitiu o isolamento e identificação de nove compostos diterpênicos da classe das fomactinas, sendo seis deles inéditos. As fomactinas são conhecidas por apresentarem potente atividade como inibidoras de receptores do PAF. As fomactinas S, P, U e I apresentaram bons resultados na inibição da ligação do PAF aos seus receptores. As fomactinas S e P foram também avaliadas em ensaio de re-população tumoral pós irradiação e foram capazes de inibir o fenômeno de re-população em concentração molar equivalente a antagonistas comerciais. Tal resultado sugere que a associação da radioterapia com antagonistas do PAF-R pode ser uma nova e eficiente alternativa terapêutica para inibição do crescimento de tumores.