Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2016 |
Autor(a) principal: |
Elizardez, Yelina Brito |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/99/99131/tde-21032017-101838/
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Resumo: |
Plasmodium malariae é responsável por uma baixa porcentagem de casos clínicos de malária, mas tem uma distribuição global ampla e fragmentada. Humanos podem abrigar o parasita por anos sem produzir sintomas significantes, o que dificulta o diagnóstico e consequente controle da doença. Por esta razão, a incorporação de antígenos de P. malariae nas estratégias em curso para produção de uma vacina é altamente recomendada. Embora a proteína de superfície do merozoíto1 (MSP1) de P. vivax e P. falciparum sejam amplamente estudadas como candidatos a vacinas, potencializando a resposta imune em camundongos e macacos, a MSP1 de P. malariae tem sido negligenciada. Portanto, este estudo visou caracterizar a imunogenicidade de proteínas recombinantes da MSP1 de P. malariae em camundongos BALB/c. Cinco regiões da PmMSP1 (N-terminal, F1; repetições em tandem, F2; central, F3 e C-terminal, F4 e PmMSP119) foram clonadas em vetor pGEX-3Y e expressas em Escherichia coli em fusão com GST. As proteínas recombinantes foram produzidas por fermentação e purificadas, fornecendo um alto rendimento de antígenos solúveis. Essas proteínas recombinantes e GST sozinha (grupo controle) foram usadas para imunizar, pela via intraperitoneal, seis grupos de camundongos BALB/c em 3 doses com intervalos de 14 dias. A especificidade e as subclasses dos anticorpos foram avaliadas por enzyme-linked immunosorbent assay (ELISA), utilizando as proteínas recombinantes como antígenos. A resposta imune celular foi analisada pelo ensaio de linfoproliferação e os níveis de citocinas Th1/Th2 nos sobrenadantes de culturas de esplenócitos foram detectados por citometria. Nossos resultados demonstraram que as regiões F1, F2, F3, F4 e PmMSP119 são imunogênicas em camundongos com a capacidade de produzir respostas imunes humorais e celulares, como mostrado pelos altos títulos de anticorpos (1/809,000) e pela proliferação de linfócitos. As respostas imunes induzidas alcançaram níveis máximos após três doses imunizantes permanecendo altas por 70 dias. Os anticorpos induzidos após imunização com as regiões F1, F2, F3 e F4 mostraram afinidades similares aos antígenos alvo, mas anticorpos induzidos após imunização com PmMSP119 mostraram uma afinidade mais alta com o antígeno alvo. Análise das subclasses de IgG mostrou que todas as proteínas recombinantes induziram padrões similares de anticorpos onde IgG1, IgG2a e IgG2b foram mais predominantes, caracterizando uma resposta mista de Th1/Th2. Além disso, a imunização dos camundongos com as proteínas recombinantes e estimulação com os mesmos antígenos promoveu produção de IL-4. Os níveis das citocinas Th1/Th2 não mostraram diferenças significativas quando comparados entre os grupos. A proliferação dos linfócitos estimulados com F2, F3 e PmMSP119, foi maior que aquela dos estimulados com F1, F4 e GST. Ainda, todos os soros dos animais imunizados com as cinco proteínas recombinantes de PmMSP1, que foram positivos por ELISA, mostraram reatividade com esquizontes de P. brasilianum nos ensaios de imunofluorescência (IFA). As proteínas recombinantes de PmMSP1 reagiram com anticorpos IgG nas amostras de soro de indivíduos expostos a P. malariae com alta especificidade comparado a amostras de soro de indivíduos com doenças não relacionadas. Entretanto, as regiões F1 e F2 e PmMSP119 foram reconhecidas por soros de pacientes com P. malariae com os títulos mais altos e não apresentaram reconhecimento em soros de pacientes com P. falciparum e P. vivax. Esses dados reforçam a utilidade destas proteínas como marcadores diagnósticos de P. malariae em estudos epidemiológicos ou no diagnóstico diferencial da malária causada por esta espécie. No entanto, a região F4 foi reconhecida igualmente em soros homólogos ou heterólogos e, portanto, poderia ser útil para testes pointof- care para o diagnóstico de malária. A imunização com as diferentes proteínas recombinantes de PmMSP1 promove uma resposta imune humoral significante, com altos e específicos níveis de IgG, além de uma distribuição de subclasses balanceada, fornecendo evidências de potenciais candidatos a uma vacina contra P. malariae. |