Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Lopes, Caroline Panone |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5139/tde-10112021-092814/
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Resumo: |
A Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP), distúrbio endócrino mais prevalente entre as mulheres na idade reprodutiva, é uma condição clínica que cursa com hiperandrogenismo, disfunção menstrual e morfologia policística ovariana. A resistência insulínica e a hiperinsulinemia são achados em cerca de 50 a 75% dos casos, por estarem associados diretamente ao hiperandrogenismo, aumentando o risco de distúrbios metabólicos e de diabetes melitus tipo 2. Além disso, a insulina tem efeito diretamente na formação óssea. Nas pacientes com SOP, interfere na remodelação óssea, por afetar a formação e a absorção, consequentemente, diminuindo a densidade mineral óssea (DMO). Níveis fisiológicos de androgênios também tem repercussão no tecido ósseo por possuírem receptores de androgênio nos três tipos celulares: osteócitos, osteoclastos e osteoblastos. O hiperandrogenismo parece inibir a reabsorção óssea pela diminuição da produção de interleucina 6, de prostaglandina E, inibição do efeito do PTH, aumento da reabsorção do cálcio no intestino, aumento na produção de vitamina D3, ativação da mineralização óssea e aperfeiçoamento da formação da matriz extracelular (colágeno tipo1, osteocalcina e osteonectina). O objetivo deste estudo foi avaliar a massa óssea e a distribuição corporal de mulheres com SOP e compará-las às de mulheres sem a síndrome. Foi realizado estudo transversal com dados clínicos, laboratoriais e de densitometria óssea de 21 mulheres com diagnóstico de SOP, segundo os critérios de Rotterdam, e 19 mulheres sem a síndrome. Todas usavam anticoncepcionais hormonais combinados. Dados clínicos, antropométricos, hormonais e metabólicos foram avaliados. Os dados, então, foram submetidos a análise estatística e de bioinformática. Os grupos foram homogêneos e não houve diferença estatística na média de idade (p = 0,91) e IMC (p = 0,10). As concentrações totais de testosterona foram maiores no grupo SOP em comparação com o grupo controle (p < 0,0001). O HOMA-IR foi maior em pacientes com SOP, mas não houve diferença estatística (p = 0,16). A densidade mineral óssea nos grupos SOP e controle foram, respectivamente, 1,300 vs 1,150 g / cm2, p = 0,01 para coluna lombar; 1,068 vs 0,920 g / cm2, p = 0,01 para o colo do fémur e 1,135 vs 0,964, p = 0,002 g / cm2 para o fémur total. Quanto à composição corporal, o percentual de gordura total nos grupos SOP e controle foi de 40,2 vs 41,61%, (p = 0,41), e o componente do tecido adiposo visceral foi maior na SOP (p = 0,07), com tendência a significância. A análise das características ósseas entre as participantes com SOP, com e sem resistência à insulina, mostrou diferença estatística apenas para a densidade mineral do colo do fêmur (p = 0,01) no grupo com resistência, porém essa diferença não foi significativa após o controle do IMC. Para os três sítios analisados da densidade mineral óssea, as mulheres com SOP apresentaram maior densidade em comparação ao grupo controle. Nas mulheres com SOP, a presença de resistência à insulina não parece ter um efeito negativo significativo sobre a densidade óssea nos três locais analisadas |