Efeito do exercício físico na nocicepção induzida no modelo de doença de Pakirson em ratos.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Binda, Karina Henrique
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/42/42138/tde-06012021-154244/
Resumo: A doença de Parkinson (DP), segunda doença neurodegenerativa mais comum entre as pessoas idosas, causa um grande impacto socioeconômico tendo em vista o aumento da expectativa de vida da população mundial. Além de alterações motoras, há uma prevalência muito alta de quadros de dor, na maioria das vezes negligenciados, com uma piora ainda maior na qualidade de vida dos pacientes. O exercício físico, por sua vez, já foi descrito por seus efeitos benéficos na DP, por exemplo neuroproteção em modelos animais e melhora da qualidade de vida e do limiar de dor dos pacientes. O objetivo deste projeto foi estudar o possível papel do exercício no limiar de dor em um modelo da doença de Parkinson unilateral induzido por 6-hidroxidopamina (6-OHDA) e os possíveis mecanismos envolvidos. Para isso, avaliamos o comportamento nociceptivo (hiperalgesia mecânica) e motor (teste do cilindro), e a expressão de receptores opioides (MOR, DOR e KOR) e canabinoides (CB1 e CB2) em regiões do sistema nervoso envolvidos com a resposta álgica, sendo elas: substância cinzenta periaquedutal (PAG), tálamo e córtex do cíngulo anterior (ACC). A expressão dos receptores foi analisada pelas técnicas de imunoistoquímica e Western Blotting. Ainda, foi realizada autorradiografia para análise da densidade sináptica e neuroinflamação, bem como do receptor opioide tipo MOR. As análises foram feitas em ratos submetidos ao modelo da DP e ao protocolo de exercício em esteira, que foi iniciado 15 dias pós-operatório (PO) e realizado 3x/semana, durante 40 minutos, por 5 semanas em uma velocidade de 10m/min. A resposta motora foi investigada em três momentos do estudo, medida basal (antes da indução do modelo), 7 dias e 49 dias após a indução do modelo da DP. Já a nocicepção foi avaliada, em 6 momentos distintos, medida basal (antes da indução do modelo), 7, 14, 21, 28, 35, 42 e 49 dias PO. Ao término do protocolo os animais foram eutanasiados (49 dias PO), os encéfalos removidos e submetidos às técnicas descritas acima. Nossos resultados mostraram que o modelo unilateral de 6-OHDA foi induzido com sucesso, tendo em vista que verificamos morte de células dopaminérgicas, neuroinflamação e assimetria no uso das patas dianteiras. Os animais do modelo DP apresentaram uma diminuição do limiar nociceptivo, mimetizando o quadro álgico dos pacientes, e uma melhora no quadro doloroso após o protocolo de exercício. Ainda, podemos sugerir o envolvimento dos receptores canabinoide tipo 1 e 2, dos receptores opioides e da plasticidade sináptica na modulação da resposta hiperalgésica, uma vez que observamos um aumento nos níveis do CB1 na PAG, um aumento da expressão do CB2 no ACC e na PAG, além de um significativo aumento do receptor opioide tipo MOR no tálamo após o exercício. Além disso, houve maior densidade sináptica no estriado, substância negra, tálamo e hipocampo observada após a intervenção não farmacológica. Baseado nos resultados descritos, podemos concluir que, os receptores canabinoide e opioide parecem ter um papel preponderante, juntamente com a modulação da densidade sináptica em regiões envolvidas com a nocicepção, na modulação dos sintomas dolorosos promovido pelo exercício em esteira.