O trabalho produtivo e o trabalho reprodutivo nas vozes de Mulheres em Little Women de L.M. Alcott em adaptação de Greta Gerwig

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Araujo, Fernanda Martins Ferreira de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8165/tde-10102023-113809/
Resumo: O romance Little Women (Alcott, 2020) apresenta um código do que significa ser Mulher na sociedade estadunidense do século XIX, reconstruindo símbolos estabelecidos no capitalismo patriarcal que naturalizam as categoriais sexuais e de gênero nos dizeres do viver feminino e da feminilidade vitoriana. As personagens alcottianas são representadas a partir de suas experiências dentro e fora do campo doméstico, sendo a personagemespelho de Alcott, Jo March, caracterizada pelo esforço da conquista de um teto que lhe possibilita exercer atividades econômicas e criativas. Considerando as análises do romance, a adaptação cinematográfica homônima de Greta Gerwig (2019a) constrói as irmãs March por meio da exposição e qualificação de seus desejos e das obrigações impostas às Mulheres nas esferas pública e privada, dividindo-se em duas narrativas distintas: girlhood e womanhood. Nesse sentido, pretendo mostrar, nesta dissertação, como as temáticas das múltiplas tarefas relacionadas à Mulher, tanto no trabalho produtivo como no trabalho reprodutivo, aparecem nas obras Little Women (Alcott, 2020; Gerwig, 2019a), com o objetivo de analisar como as vozes das Mulheres/mulheres representadas discorrem sobre as questões do seu gênero dentro do sistema sexo/gênero. As narrativas de Little Women pontuam o trabalho reprodutivo ao discutir os papéis sociais das Mulheres enquanto mães, esposas e donas-de-casa, sinalizando, por exemplo, o casamento enquanto transação econômica e perda dos direitos socioeconômicos da Mulher. A respeito do trabalho produtivo, verifico que ambos livro e filme Little Women traçam paralelos com autoria e experiências artísticas de Louisa May Alcott, relatados também em seu diário, que aborda a criação de seus textos e diálogos com editores. Por meio desse paralelo, as leitoras-espectadoras conseguem acessar as supressões literárias e a anulação da escrita de Mulheres enquanto arte, além de aproximar o público das questões econômicas do Mercado Literária.