Santos (SP), a produção da cidade como negócio entre 2006 e 2021

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Rosa, Thiago Onofre Pinheiro
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8136/tde-27022023-181856/
Resumo: A partir do anúncio de instalação da sede administrativa dos negócios do pré-sal da Bacia de Santos pela Petrobras, em 2006, um novo momento da produção e reprodução do espaço na cidade de Santos teve início. Na última década do século passado, o município passou por um período de estagnação econômica e, sob o paradigma administrativo dito empresarial, o poder público local procurou promover a requalificação urbana da área central para atrair capitais e fomentar a geração de empregos, revertendo a crise. Entretanto, foi a possibilidade de atração de vultosa soma de capitais, relacionados à exploração do petróleo, que se tornou a alavanca de projetos urbanos e negócios imobiliários nos anos seguintes em Santos. Observou-se um aumento significativo de lançamentos imobiliários, seguido por um processo de inflacionamento dos preços dos imóveis na cidade. Além disso, houve ainda uma inédita inflexão à produção de novos espaços de negócios, a fim de atender empresas prestadoras de serviços que acompanhariam a instalação da petrolífera na cidade. Todavia, a partir de 2014, uma combinação de crises internas e externas na Petrobras paralisou os investimentos da empresa na cidade. Os efeitos da redução dos investimentos da Petrobras e, posteriormente, da recessão econômica no país, mudaram a maré de negócios, impactando a transformação da paisagem urbana da cidade. Orientado pela reflexão lefebvriana (2008) de que a produção do espaço passou a ocupar um papel de protagonismo na reprodução do capital, bem como a partir da ideia de Harvey (2011) e Carlos (2011) sobre a produção do espaço e o deslocamento de capitais, perseguimos a hipótese de que a atual morfologia de Santos, na qual se encontram esse novo conjunto de edificações, revela o caráter especulativo da produção da cidade como negócio na mesma medida em que engendra um espaço urbano ainda mais desigual.