Cinética da absorção de fosfato, nutrição mineral, crescimento e produção da soja sob influência de micorriza vesículo-arbuscular (MVA)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1988
Autor(a) principal: Faquin, Valdemar
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11140/tde-20191220-133554/
Resumo: Foi estudado o efeito da micorriza pelo fungo Glomus macrocarpum e do estado nutricional, nos paramêtros cinéticos de absorção de P (Km, Vmáx, Cmín) em soja [Glycine max L. (Merrill) cv. Viçoja]. Cultivaram-se plantas de soja em vasos contendo 2 litros de areia lavada, submetidas a 3 níveis de nutrição, denominados 1,2 e 3, correspondendo às concentrações dos nutrientes na solução nutritiva aplicada aos vasos (1/5; 2/5 e 3/5 da solução de Hoagland e Arnon, nº 21); na presença e ausência do fungo micorrízico, arranjados em esquema fatorial 3 x 2. Após 40 dias da germinação em casa de vegetação, as plantas foram transplantadas para vasos com solução nutritiva correspondente, por um período de 7 dias para adaptação, antes do experimento de cinética. Este foi realizado sob condições de laboratório mediante o esgotamento do P de solução contendo 32P, por um período de 12 horas e os parâmetros cinéticos determinados. A taxa de colonização das raízes avaliadas após a retirada das plantas da areia foi de 53; 58 e 64%, para os níveis de nutrição 1; 2 e 3, respectivamente. As plantas micorrizadas apresentaram valores de (Km, Vmáx, 28 e 33%, respectivamente, maiores que as não micorrizadas, para o nível de nutrição 1, com tendência de redução dos valores absolutos e nas diferenças entre plantas com e sem micorriza, com o aumento do nível de nutrição. A Cmín foi 62% menor nas plantas micorrizadas no nível de nutrição 1, com tendência de se igualarem com o aumento do nível de nutrição. A micorriza promoveu um aumento médio no influxo líquido de P. nos níveis de nutrição 1 e 2, respectivamente, de 22 e 9% por grama de raiz fresca por hora e de 50 e 20% por planta por hora. Em outro experimento também conduzido em casa de vegetação, usando-se a mesma variedade de soja e espécie de fungo G. macrocarpum na nutrição mineral e crescimento da soja em diferentes fases de ciclo na planta, na fixação biológica do nitrogênio aos 60 dias de idade e na produção de grãos no final do ciclo, em função de doses crescentes de P. aplicadas. Utilizou-se neste experimento amostras de um Latossolo Vermelho Escuro misturado com areia grossa na proporção 3:1, esterilizado por vapor fluente em autoclave. Após a devida calagem e adubação básica sem N e P e inoculação com Bradyrhizobium japanicum aplicaram-se os seguintes tratamentos: 4 níveis de P aplicado (0; 10; 30 e 90ppm, na forma de Ca (H2PO4)2.H2O); presença e ausência de fungo micorrízico e 5 épocas de colheita (20; 40; 60 e 80 dias após a germinação final do ciclo). Estes tratamento foram arranjados em esquema fatorial 4x2x5 com 4 repetiçoes. Os resultados obtidos mostraram que as doses de P utilizadas não afetaram significativamente a taxa de colonização das raízes. Foram distinguidas várias fases na dinâmica da colonização, sendo: fase lenta, até aos 40 dias; fase de crescimento extensivo dos 40 aos 60 dias e fase de estabilizaçâo, a partir dos 60 dias de idade da planta. A micorrização foi benéfica para o crescimento da planta em todas as doses de P aplicadas, sendo maior na faixa de doses entre 40 e 50 ppm de P, que corresponde de 20 a 25 ppm de P disponível no solo pelo método da resina trocadora de íons, proporcionando no final do ciclo, aumentos de 350% na matéria seca total e 400% na produção de grãos; redução na dose 43% na dose de P e 22,5% no nível crítico de P disponível no solo para obtenção de 90% da produção máxima; aumentos no número e peso dos nódulos e na atividade da nitrogenase nas doses intermediárias de P; aumentos nos teores foliares de P, K e Cu aos 40 dias e, diminuição nos teores de N, S e Zn a partir desta idade.Verificou-se ainda, maior alocação de nutrientes das partes vegetativas para as vagens nas plantas micorrizadas em comparação com aquelas sem micorrizas. Ficou evidenciado a influência dos fungos MVA nos parâmetros cinéticos de absorção de fosfato ((Km, Vmáx e Cmín), na nutrição, crescimento e produção da soja, sob condições de baixa disponibilidade de P e N.