A liberdade segundo sua privação: (im)possibilidades do homem num hospital penitenciário

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Timerman, Natalia Joelsas
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47133/tde-03122014-114039/
Resumo: Esta investigação busca aproximar as vivências da privação de liberdade em pacientes detentos num hospital penitenciário e compreende--las à luz da questão da liberdade segundo Hannah Arendt. Ela surge a partir da percepção da existência de muitas formas de se estar preso, além do que comumente se compreende como o encarceramento. Inicia--se com uma descrição fenomenológica do Centro Hospitalar do Sistema Penitenciário em que se busca compreender as peculiaridades deste lugar onde duas instituições complexas, o hospital e a prisão, se encontram; passa por uma aproximação das atividades do homem segundo Hannah Arendt (trabalho, obra e ação) no contexto do hospital penitenciário; e chega a narrativas de encontros entre a investigadora e quatro pacientes detentos, nos quais suas histórias e a maneira como vivem a privação de liberdade se acercam. Por fim, a partir de uma discussão teórica acerca da questão da liberdade, conclui--se, através dos encontros narrados e das transformações que a pesquisadora sofreu ao longo de dois anos de trabalho no hospital penitenciário, que a liberdade é restrita nesse contexto não como inicialmente havia se pensado, mas principalmente de outras maneiras. Se a liberdade é compreendida como o início de algo novo, acostumar--se à prisão significa sua restrição. A impossibilidade de encontro com o outro observada em pessoas que perpetraram alguns tipos de crime também impossibilita a liberdade enquanto ação entre os homens. Ainda assim, em situações muito específicas se pode avistar na prisão a possibilidade da ação que instaure o novo singular, principalmente quando a vida de quem está preso pode ser transformada numa história que se possa contar