Mensuração do tempo de escoamento da fluoresceína para a cavidade nasal em pós-operatório de dacriocistorrinostomia externa e dacriocistorrinostomia transcanalicular 

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Feijó, Eduardo Damous Fontenele
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5149/tde-29012021-111745/
Resumo: Introdução: A dacriocistorrinostomia (DCR) é o tratamento cirúrgico padrão-ouro para obstruções do ducto nasolacrimal. Classicamente é realizada por via externa (DCR-EXT), porém o advento das cirurgias minimamente invasivas, o desenvolvimento das tecnologias das fibras ópticas, dos endoscópios e do laser, tornaram possível sua abordagem por via transcanalicular (DCR-T). Esta abordagem evita incisões na pele, no músculo orbicular, realiza osteotomias menores, possibilita a realização do procedimento com anestesia local, menor sangramento intraoperatório e promove a recuperação mais rápida do paciente. A ausência de incisões no músculo orbicular e no saco lacrimal evitariam o comprometimento da bomba lacrimal, pressupondo melhor drenagem da lágrima para a rinostomia cirúrgica nos pacientes submetidos a DCR-T. Neste estudo mensuramos o tempo de escoamento da fluoresceína (TEF) para a cavidade nasal em pacientes operados de DCR-T, comparando com os pacientes operados de DCR-EXT. Métodos: Este estudo transversal avaliou 50 pacientes submetidos a DCR-EXT (Grupo DCR-EXT) ou DCR-T (Grupo DCR-T) com pós-operatório mínimo de 6 meses, que apresentavam sucesso anatômico do procedimento, confirmado através da irrigação positiva do sistema lacrimal com ausência de refluxo pelo canalículo oposto. Os pacientes foram avaliados quanto ao tempo que a fluoresceína leva para escoar do fórnix conjuntival até o óstio cirúrgico da cavidade nasal em segundos (seg). A avaliação foi realizada através de endoscopia nasal com uma luz azul que possibilitou a detecção mais rápida da fluoresceína na cavidade nasal. A média do tempo de escoamento de ambos os grupos foi comparada através do teste T de Student independente. Outras variáveis como sexo, idade, dimensão prévia do saco lacrimal, local e formato da rinostomia foram avaliados quanto à possível relação com o TEF. Resultados: O Grupo DCR-EXT (n=25) apresentou 80% de pacientes do sexo feminino, com média de idade de 58 anos. O Grupo DCR-T (n=25) também apresentou maior frequência de pacientes do sexo feminino (78%) e média de idade de 56 anos. A maioria dos pacientes de ambos os grupos apresentou como queixa pré-operatória principal, epífora associada a secreção conjuntival (52% do Grupo DCR-EXT e 42,8% do Grupo DCR-T). A maioria apresentou obstrução a nível da válvula de Krause (95% do Grupo DCR-EXT e 90% no Grupo DCR-T) e a rinostomia pós-operatória localizou-se à frente da axila da concha média. Quanto ao TEF, o Grupo DCR-EXT apresentou como média 47,48 seg e o Grupo DCR-T 33,04 seg (p = 0,029). Em ambos os grupos o sucesso funcional foi de 88%. Conclusões: O TEF em pacientes do Grupo DCR-T foi significativamente menor que o TEF do Grupo DCR-EXT.O valor preditivo positivo do TEF <= 1 minuto em detectar o sucesso funcional foi de 97,4%. Nenhuma outra variável mostrou significância estatística com o TEF. Essa diferença do TEF pode estar relacionada a um melhor desempenho da bomba lacrimal após DCR-T comparada à DCR-EXT