Identificação de novos alérgenos de pólen do cajueiro (Anacardium occidentale L.) para auxílio no diagnóstico e futura otimização do tratamento

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Figo, Daniele Danella
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5146/tde-11092017-110821/
Resumo: A polinose é uma rinite alérgica sazonal que acontece pela sensibilização por pólens. Possui periodicidade anual, repetindo-se os sintomas sempre na mesma época do ano. Clinicamente, é caracterizada por rinoconjuntivite e/ou asma brônquica. A imunoterapia alérgeno-específica é o único tratamento capaz de modificar a evolução natural da doença, porém, depende fundamentalmente da correta identificação do alérgeno responsável. Diante disso e do número de pacientes que procuram o Ambulatório de Alergia da Universidade de Fortaleza com manifestações alérgicas exacerbadas na época de floração do cajueiro, o objetivo deste estudo foi produzir um extrato protéico a partir do pólen do cajueiro e identificar os alérgenos ainda não estudados presentes neste pólen. Doze pacientes residentes em Fortaleza, Nordeste do país, foram selecionados com base na história de rinite alérgica persistente e agravamento dos sintomas no momento da floração do cajueiro. Foi selecionado outro grupo com rinite alérgica que vive na mesma região, entretanto não apresenta relação clínica com a época de floração. Além disso, foram incluídos 5 indivíduos não-atópicos e expostos ao cajueiro como grupo controle. O soro desses pacientes foi testado em Western Blot 1D e 2D (WB) e as proteínas selecionadas foram submetidas à espectrometria de massas para identificação. Os epitopos foram preditos in silico pesquisando sequências detectadas por massa contra bases de dados de epítopos já conhecidos. Foi possível identificar alguns homólogos de alérgenos de outros pólens, como isoflavona redutase (Bet v 6), beta-1,3-glucanase (Ole e 9), proteína de choque térmico 70kDa (Cor a 10), além de outras proteínas que podem representar novos alergénios, tais como aminociclase, glutamina sintetase, fosfoglucomutase, ?-1,4-glucano-proteína-sintase, factor de alongamento 2 e biotina carboxilase, entre outros. A predição de epítopos revelou a possibilidade de reatividade cruzada com outros alérgenos de pólen conhecidos, tais como Phl p 4, Mal d 1, além de outros aeroalérgenos que também apareceram. Esta é a primeira descrição da alergia ao pólen do caju mostrando a reatividade específica de IgE no soros dos pacientes. A caracterização imunológica e estrutural de novos alérgenos, além de auxiliar no diagnóstico e tratamento de alergias não descritas, oferece ferramentas para prever epítopos e produzir moléculas hipoalergênicas nesta era da medicina de precisão