Efeito da progesterona em dose baixa sobre o metabolismo glicêmico, morfologia e função do tecido adiposo em camundongos fêmeas obesas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Cauduro, Leonardo Fernandes Rosa
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/100/100142/tde-27052024-140106/
Resumo: A prevalência crescente e global da obesidade retrata mudanças nos hábitos alimentares e na atividade física da população mundial, gerando um impacto notável na saúde do indivíduo, e predispondo a diversas outras doenças. Em sua forma grave, a obesidade afeta aproximadamente o dobro de mulheres em comparação com homens, além de triplicar a chance de uma mulher desenvolver diabetes gestacional. Vários hormônios desempenham papéis importantes nas adaptações metabólicas e na instauração da resistência fisiológica à insulina durante a gestação, sendo a progesterona um desses hormônios. E apesar de seu envolvimento em diversos processos fisiológicos e patológicos, ainda há lacunas no entendimento do papel específico desse hormônio na obesidade feminina. Neste trabalho, foi investigado se o tratamento com progesterona em baixas doses pode agravar o prejuízo sobre o metabolismo da glicose, morfologia e função do tecido adiposo em camundongos fêmeas obesas. Utilizamos um protocolo de 10 semanas (aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa Animal da instituição (CEUA-EACH), sob o número 003/2018), no qual camundongos C57Bl/6 foram distribuídos em 4 grupos experimentais: NO-CO (com dieta normocalórica controle); HFF-CO (dieta rica em gordura e frutose controle); NO-PG (dieta normocalórica + administração de progesterona) e HFF-PG (dieta rica em gordura e frutose + administração de progesterona). A progesterona foi infundida (0,25 mg/kg/d) durante 21 dias por uma minibomba osmótica implantada subcutaneamente na 7ª semana de protocolo. Durante o protocolo foram acompanhados o ganho de peso e os consumos de água e ração. Foram realizados testes glicêmicos, antes do início e no final do protocolo, e avaliados parâmetros metabólicos por meio de calorimetria indireta em repouso e em esforço máximo. Ainda avaliamos variáveis morfométricas do tecido adiposo marrom (TAM) e tecido adiposo branco (TAB), além da concentração sérica de adiponectina. Ao final do protocolo os animais dos grupos HFF-CO e HFF-PG apresentaram aumento do peso corporal (p = 0,0001). A dieta hipercalórica induziu prejuízo no metabolismo glicêmico dos grupos HFF-CO e HFF-PG, que apresentaram intolerância à glicose (p = 0,001) e hiperglicemia (p = 0,03). Contudo, no grupo HFF-PG a progesterona atenuou a intolerância à glicose (p = 0,03). Ademais, os grupos HFF-CO e HFF-PG apresentaram adipócitos hipertrofiados (p = 0,0001) com área, diâmetro e volume maiores, ao passo que a concentração sérica de adiponectina foi menor (p = 0,001), nesses animais. Em conclusão, podemos afirmar que em doses fisiológicas a progesterona isoladamente não agrava os efeitos obesogênicos da dieta hipercalórica sobre o metabolismo glicêmico e, tampouco, altera a morfologia ou a função endócrina do tecido adiposo de camundongos fêmeas obesas.