Estudo da variabilidade fenotípica do feijão guandu (Cajanus cajan (L) Millsp)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1989
Autor(a) principal: Colombo, Carlos Augusto
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11137/tde-20191108-120707/
Resumo: De importância considerável nos países de origem, o feijão guandu (Cajanus cajan (L.) Millsp.) apresenta boa adaptação às condições climáticas brasileiras, ocorrendo em amplas áreas. Considerando-se as pouquíssimas informações sobre a variabilidade dessa espécie no Brasil, procurou-se nesse trabalho, analisar vários caracteres morfológicos e fenológicos, de 20 procedências, brasileiras e introduzidas. Foram obtidos parâmetros genéticos, curvas de produção, distinguidos grupos com características agronômicas semelhantes, e realizado estudo de correlações entre os caracteres, para essas procedências. Os resultados indiciaram que a variabilidade nessa espécie é muito grande, sendo que as procedências tanto diferiram entre si, para os caracteres altura e largura de planta; início de formação de botões florais e de vagens, peso de 100 sementes, peso verde de rebrota, comprimento e largura de vagem e número de lojas na vagem, como também apresentam grande variabilidade interna; principalmente para os caracteres altura e largura de planta, número de ramos primários, grau de persistência de folhas, peso verde de rebrota e peso de 100 sementes, conforme indicam os elevados coeficientes de variação das procedências. O nível de variabilidade encontrado variou, principalmente, em função da origem das procedências. De uma maneira geral, as procedências de Piracicaba apresentaram os menores níveis de variabilidade, indicando que esse material deve apresentar base genética mais estreita, devido, provavelmente, a efeito de amostragem (deriva genética). Por outro lado, as procedências introduzidas apresentaram, no geral, maior nível de variabilidade. Possivelmente essas procedências, há aproximadamente uma década no Brasil, sofreram introgressão com material brasileiro, amplificando o nível de variabilidade. Valores máximos e mínimos para os caracteres estudados foram obtidos, respectivamente, para as procedências brasileiras e introduzidas, indicando que tais procedências podem ser distinguidas morfológica e fenologicamente. As procedências brasileiras apresentaram-se mais vigorosas, mais altas, com maiores sementes, maior produção e mais tardias, enquanto que as introduzidas, ao contrário, apresentaram-se menos vigorosas, mais baixas, com sementes menores, baixa produção e mais precoces. No entanto, algumas procedências introduzidas apresentaram características de material brasileiro, provavelmente como resultado de hibridação introgressiva.Três tipos principais de curvas de produção foram observados: o tipo I com procedências precoces e com apenas um pico de produção, o tipo II, com procedências de produção contínua, com dois picos mais acentuados de produção, um precoce e outro tardio, e o tipo III , com procedências tardias e também com apenas um pico de produção. As procedências do tipo I são materiais introduzidos, sendo de baixo porte, com sementes pequenas e menor produção, enquanto que as procedências do tipo III são brasileiras, de grande porte, sementes grandes e maior produção. No tipo II, tanto encontram-se materiais brasileiros como introduzidos. Na tentativa de se caracterizar as procedências conforme as maneiras de utilização dessa espécie, usou-se como parâmetros os caracteres produção de grãos, peso de 100 sementes, comprimento de vagem, altura de planta, peso verde de rebrota e inicio de formação de vagens. Os resultados indicaram a existência de dois grupos de plantas bem distintos, e um grupo intermediário. Num dos grupos, composto basicamente por procedências introduzidas, encontram-se plantas de menor porte, com sementes pequenas e precoces, indicadas para produção de grãos secos, tipo feijão. No outro grupo, composto basicamente por procedências brasileiras, que são mais indicadas para produção de biomassa verde e de sementes verdes, do tipo ervilha, as plantas são mais vigorosas, com sementes grandes e tardias. O grupo intermediário compõe-se tanto de materiais brasileiros como introduzidos, que podem servir para ambos os tipos de utilização. Os elevados índices de determinação genotípica (b) obtidos para os caracteres início de formação de vagens, largura e comprimento de vagem, número de lojas na vagem e altura de planta; possibilita que tais caracteres sejam facilmente alterados por seleção. A correlação altamente significativa desses caracteres com a produção de sementes e peso de biomassa verde, ressalta a importância dos referidos parâmetros para o melhorista.