Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Costa, Paula Mermelstein |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27160/tde-12012023-143637/
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Resumo: |
Esta dissertação investiga as imbricações entre narrativa e literalidade na pintura do estadunidense Kerry James Marshall, do belga Luc Tuymans e da sueca Mamma Andersson, concentrando-se em suas obras do final da década de 1980 até meados da década de 2010. Estuda-se o modo como estas pinturas simultaneamente convidam o espectador ao interior de suas narrativas e o confrontam com a dimensão literal de sua presença material. Como grande parte da produção pictórica das últimas décadas, a obra dos três artistas parte de imagens de diferentes mídias visuais e textuais, cujos sentidos são re-elaborados numa pintura que, de modo aut0-reflexivo, comenta sua própria tradição, aludindo a0 seu papel enquanto instituição, à sua declarada obsolescência e às suas capacidades plásticas. A pintura de Kerry James Marshall elabora este comentário conscientemente, em telas onde não apenas o tema mas a escolha de materiais, as cores e os tipos de pincelada referem-se a procedimentos específicos, e com frequência contraditórios, da história da arte. Priorizando em sua obra a figuração de pessoas negras, as insere neste contexto complexo da pintura ocidental, do Renascimento ao modernismo, que simultaneamente excluiu e se fundou sobre a sua repressão. A obra de Luc Tuymans compreende a pintura enquanto prática anacrônica, e busca demonstrar sua obsolescência na própria aparências de suas telas esmaecidas. Seu trabalho sempre parte de imagens prévias, cujo sentido histórico é diluído e fragmentado, mas continua latente nas obras finais. Na pintura de Mamma Andersson, percebe-se uma preocupação maior com o próprio material plástico e suas possibilidades, tanto aquela de criar espaços e sugerir narrativas quanto aquela de evidenciar-se enquanto tinta e pincelada. A obra da pintora com frequência brinca com as combinações entre estes dois modos, partindo sempre de fotografias que são projetadas e tracejadas na tela. |