Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2012 |
Autor(a) principal: |
Viera, Omar Antonio Gonzales |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/10/10133/tde-07102013-120229/
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Resumo: |
Nos mamíferos, o fígado e o rim são órgãos fundamentais para uma adequada homeostase. Nos cetáceos, são de especial importância frente aos desafios da vida no ambiente marinho. O presente estudo teve como objetivo investigar as principais lesões hepáticas e renais de cetáceos do Brasil, utilizando-se amostras mantidas junto ao Banco de Tecidos de Mamíferos Marinhos (BTMM), Laboratório de Patologia Comparada de Animais Selvagens. Para a caracterização das lesões foram utilizadas técnicas anatomopatológicas, imuno-histoquímicas e ultraestrutural. Foram estudados 197 cetáceos de 18 espécies, encontrados mortos em decorrência de captura incidental em apetrecho de pesca, encalhe ou após tentativas de reabilitação. A principal espécie amostrada foi toninha (Pontoporia blainvillei) com 65,9% (130/197) dos casos. Quanto à distribuição geográfica as amostras provieram principalmente do estado de São Paulo (41,6%, 82/197), seguido do Rio Grande do Sul (36,5%, 72/192) e Ceará (11,7%, 23/197). Entre as principais lesões hepáticas diagnosticadas, as inclusões hialinas citoplasmáticas (IHC) apresentaram maior frequência (46,3%, 88/190), seguidas pelas hepatites portais linfoplasmocíticas crônicas observadas em 36,5% (69/190), esteatose, em 14,2% (27/190), hepatite necrótica, em 4,7% (9/190), e colangiohepatite parasitária, em 2,6% (5/190) dos casos. A ocorrência de IHC foi mais frequente em animais capturados do que encalhados. Entre as principais lesões renais diagnosticadas, a glomerulonefrite membranosa apresentou maior frequência (14,5%, 28/192). Foram observadas também glomerulonefrine membranoproliferativa, em 10,4% (20/192), nefrite intersticial, em 10,9% (21/192), cistos simples, em 4,16% (8/192), doença glomerulocística primária, em 4,6% (9/192), doença glomerulocística secundária (DGCS), em 8,3% (16/192), e doença renal policística e adenoma tubular, com 0,5% (1/192) de ocorrência cada. A incidência de DGCS apresentou diferença entre as espécies, sendo menos frequente em toninhas do que nos demais cetáceos. Um boto-cinza (Sotalia guianensis) morto em decorrência de captura incidental na baia de Paranaguá, Paraná, foi diagnosticado com toxoplasmose e devido à sua importância, fragmentos de todos seus órgãos, disponíveis no BTMM, foram avaliados. O presente estudo reflete a relevância em manter o BTMM, o qual consiste em uma fonte de informação ímpar, que possibilita a realização de estudos retroativos em tecidos de cetáceos e outras espécies de mamíferos aquáticos. O presente trabalho traz contribuições sobre as enfermidades em cetáceos, e aborda de maneira sistemática as lesões hepáticas e renais nestas espécies. Futuros estudos são necessários para elucidar aspectos sobre o impacto das lesões renais e hepáticas e sua relação com as condições mórbidas dos cetáceos, bem como para avaliar o impacto da toxoplasmose, nos cetáceos e outros mamíferos marinhos brasileiros. |