Avaliação da citotoxicidade, mutagênese e estresse oxidativo em células HepG2 expostas a nanoplástico em associação ao bisfenol A ou bisfenol S

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Rocha, Cecilia Cristina de Souza
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
ROS
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/60/60134/tde-11102024-085357/
Resumo: O aumento da produção global de plástico tem levado ao acúmulo desse material no ambiente. Durante sua degradação, o plástico é fragmentado em tamanhos ainda menores, denominados micro e nanoplástico. Os microplásticos são partículas menores que 5 mm e os nanoplásticos são definidos como partículas com tamanho menor de 100 nm. A presença de micro e nanoplástico tem sido relatada desde regiões polares até áreas costeiras, sendo distribuídas por todo o globo. Assim, nos últimos anos ocorreu aumento significativo no número de pesquisas relacionadas aos efeitos tóxicos de micro e nanoplásticos, uma vez que essas partículas, devido ao tamanho, podem ser absorvidas por inúmeros organismos. A exposição humana a esses materiais ocorre por diferentes vias, sendo a inalatória e a via oral as principais. Os micro e nanoplásticos são também capazes de adsorver contaminantes ambientais, o que pode aumentar a toxicidade dos plásticos. O bisfenol A é um produto industrial amplamente utilizado na produção de plástico e pode atuar como desregulador endócrino. Seus efeitos estão amplamente associados à obesidade, diabetes e doenças cardiovasculares. O bisfenol S é um análogo do bisfenol A e vem sendo utilizado como uma alternativa aos produtos \"BPA-free\". Porém, seus efeitos tóxicos podem ser semelhantes ao do bisfenol A. Dessa forma, esse estudo avaliou se nanoplásticos associados ou não à presença de bisfenol A ou S são capazes de alterar a viabilidade de células de hepatocarcinoma humano (HepG2), a produção de espécies reativas de oxigênio, o aumento de células apoptóticas e os danos ao DNA (8-OHdG), após exposição por 4, 24 e 72 horas. Para este estudo foram utilizados nanoplásticos de poliestireno de tamanho de 100 nm, associados ou não ao bisfenol A ou bisfenol S na concentração de 100 µM cada um. Foi observado que nanoplásticos nas concentrações de 5 e 300 µg.mL-1, associados aos bisfenóis, alteraram a viabilidade celular da HepG2 em relação ao grupos tratados apenas com o nanoplástico ou com os respectivos bisfenois. A co-exposição do nanoplástico com os bisfenóis A e S promoveu danos citotóxicos e genotóxicos nas células HepG2, com alteração na produção de espécies reativas de oxigênio, indução de quebras de cadeias de DNA e o aumento de células apoptóticas. Os bisfenóis A e S, estudados isoladamente, também apresentaram efeitos citotóxicos e genotóxicos nas células em estudo. No entanto, a 8-OHdG apenas foi detectada no grupo tratado com o nanoplástico a 5 µg.mL-1. Isso pode ter ocorrido devido ao sistema de repado do DNA ou a produção de espécies reativas de oxigênio não induz formação de adutos com o DNA. Esse estudo evidencia a citotoxicidade e genotoxicidade de nanoplásticos e bisfenóis A e S, fornecendo novos conhecimentos sobre a toxicidade em células gástricas.