Avaliação comportamental de camundongos após administração de meloxicam e tramadol como forma de manejo da dor aguda pós-operatória

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Antiorio, Ana Tada Fonseca Brasil
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/10/10133/tde-18112022-102737/
Resumo: O manejo adequado da dor em camundongos de laboratório atende os princípios éticos, legais e de bem-estar dos animais. O presente estudo teve como principal objetivo avaliar a eficácia do meloxicam e do tramadol para o controle da dor imediata pós-operatória em camundongos por meio de testes comportamentais. O estudo apresenta três seções conforme descrito a seguir: no primeiro capítulo foi avaliada a atividade geral no Campo Aberto e o comportamento associado à ansiedade no Labirinto em Cruz Elevado em camundongos C57BL/6J vasectomizados após a administração dos fármacos. Os camundongos receberam meloxicam 10 mg/kg ou tramadol 20 mg/kg ou ambos pela via intraperitoneal 30 minutos antes dos procedimentos. A vasectomia foi realizada sob anestesia inalatória por isoflurano pela via escrotal. Os testes comportamentais foram realizados após o retorno completo da anestesia. O meloxicam reduziu significativamente a atividade ambulatória e a frequência de levantar. Devido às alterações no comportamento causadas pelo meloxicam, não foi possível demonstrar a eficácia analgésica deste nos animais operados. O tramadol não interferiu no comportamento espontâneo dos animais, porém nos animais operados houve redução significativa na frequência de levantar o que pode ser sugestivo da presença de dor ou algum desconforto. No segundo capítulo, o comportamento dos camundongos foi avaliado após a administração de três diferentes formulações comerciais de meloxicam 20 mg/kg, via intraperitoneal e subcutânea. O meloxicam, administrado por ambas as vias, causou redução na atividade exploratória, além de dermatite e lesão local por via subcutânea; com resultados variáveis conforme a formulação utilizada. No terceiro capítulo, uma revisão sistemática incluiu 94 artigos científicos pesquisados em plataformas eletrônicas de busca no período entre 2000 e 2020. O objetivo foi identificar e avaliar o uso do meloxicam para o controle da dor em camundongos. A revisão demonstrou baixa porcentagem de publicações que informaram as condições de alojamento, manejo, cálculo do número de animais e os critérios para o ponto final humanitário. Além disso, poucos artigos mencionaram os efeitos adversos causados pelo meloxicam. Em síntese, os testes comportamentais permitiram identificar a eficácia analgésica e os efeitos adversos causados pelos fármacos. Doses adequadas do meloxicam e do tramadol assim como os possíveis efeitos adversos devem ser melhor investigados. As publicações científicas devem trazer informações completas e claras a fim de impulsionar o uso ético dos animais na experimentação e a reprodutibilidade dos resultados. O manejo efetivo da dor deve ser sempre praticado para a promoção do bem-estar dos camundongos no pós-operatório.