Ocupar como forma de vida: construção e dissolução de espaços e mobilizações coletivas em favelas e ocupações da Vila Maria, São Paulo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Spira, Vinícius
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8134/tde-16022023-201649/
Resumo: Esta etnografia trata de um conjunto de favelas e ocupações que desde os anos 1970 vem se desenvolvendo e proliferando na Vila Maria (São Paulo). A ideia de ocupar como forma de vida se refere não apenas às mobilizações sociais por moradia do passado e presente, mas também à vida cotidiana que passa a se desenvolver nos espaços ocupados, onde as práticas e interações humanas precisam ser compreendidas em conjunto com as características dos espaços, construções e materialidades. Em meio a esta amplitude de aspectos, privilegio a análise de uma série de disposições, sentimentos, valores e práticas por meio das quais meus interlocutores dão sentido à existência, se organizam parcialmente e conquistam moradia e outros benefícios, em meio à percepção de adversidades e injustiças permanentes, sem alimentar expectativas de mudança (seja nas condições de vida locais ou em relação à política e à sociedade de modo geral). Assim compreendida, a forma de vida ocupação produz histórias que não se enquadram nos gêneros trágico ou heróico, compondo um terceiro tipo de narrativas, relevantes para pensar as possibilidades da ação política em tempos de antropoceno -- ou seja, em meio a uma realidade contemporânea mundial cada vez mais marcada por crises, retrocessos e incertezas de todo tipo.