A abordagem \"ecossistema\" em teoria organizacional: fundamentos e contribuições.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Ikenami, Rodrigo Kazuo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/3/3136/tde-28092016-112348/
Resumo: Este trabalho teve por objetivo avançar no entendimento acerca do constructo \"ecossistema\" quando aplicado na área da teoria organizacional, especificamente dentro do campo da gestão da inovação. A investigação desse termo foi considerada importante por despertar o interesse tanto da comunidade científica quanto dos empreendedores. Após uma revisão de literatura com as principais publicações sobre esse tema, percebeu-se que essa abordagem utilizava conceitos de outras teorias, principalmente da teoria de sistemas, cadeia de valor e teoria de rede. A partir dessa constatação, o estudo chegou a seguinte questão de pesquisa: \"Como a abordagem de Ecossistema explica - de maneira original em relação à cadeia de valor e a teoria de rede - a atividade empreendedora de base tecnológica em sua fase nascente?\". Dessa discussão, intuiu-se que a lógica de ecossistema propiciava maiores benefícios em momentos de instabilidade de um empreendimento, onde o caminho a ser perseguido era incerto. Essa característica, se confirmada seria de particular proveito para os empreendimentos inseridos nos chamados mercados dinâmicos, que são ambientes constantemente envoltos em incertezas. A fim de testar essa hipótese, foram formuladas quatro proposições: (P1) A lógica de ecossistema tem boa aderência em empreendimentos nascentes, pois ela consegue adaptar-se às mudanças que não foram previstas no escopo inicial do planejamento; (P2) A cadeia de valor, pelo fato de não considerar atores complementadores perde capacidade de avaliar um empreendimento em fase inicial; (P3) A cadeia de valor, por se tratar de uma ferramenta de análise de melhoria contínua, tem dificuldades para lidar com mudanças disruptivas, que altere seu estado estável; (P4) O mapeamento de uma rede pode ser difícil e custoso, dificultando sua execução prática. A investigação dessas proposições foi conduzida por meio de entrevistas semiestruturadas realizadas com quatro empresas nascentes de base tecnológica. Em relação à proposição (P1), concluímos que além da adaptação esperada da abordagem ecossistema perante as mudanças ocorridas na trajetória planejada do empreendimento, o ecossistema consegue ainda sugerir que metas concretas a serem perseguidas pelo empreendimento a fim de conseguir sobreviver e evoluir para os próximos estágios. A proposição (P2) também foi confirmada na pesquisa de campo, sugerindo que os atores complementadores são sim de relevância significante para que o cliente reconheça valor à oferta da firma focal. Além disso, esta pesquisa sugere ainda que de todos os complementos da sua oferta, devem ser monitorados com especial cuidado aqueles que estão na fronteira da inovação tecnológica. A proposição (P3) não pode ser verificada neste trabalho e a proposição (P4) precisa de maior verificação para uma conclusão segura. A pesquisa conclui com um posicionamento otimista em relação à abordagem \"ecossistema\", acreditando ser uma abordagem promissora para o gerenciamento de empreendimentos inseridos em ambientes de alta velocidade. Por se tratar de um estudo exploratório, sugere que as investigações não se encerrem neste trabalho, apresentando por fim alguns caminhos que podem ser aprofundados.