Mobilidade acadêmica internacional e colaboração científica: subsídios para avaliação do programa Ciência sem Fronteiras

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Manços, Guilherme de Rosso
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/100/100132/tde-08052017-161322/
Resumo: O presente trabalho, inserido em uma proposta interdisciplinar de pesquisa entre sistemas complexos e políticas públicas, teve como intuito prover subsídios para a avaliação do programa Ciência sem Fronteiras (CsF), especialmente no contexto de políticas públicas de internacionalização e de Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I). O programa visa promover a consolidação, expansão e internacionalização da ciência e tecnologia, da inovação e da competitividade brasileira por meio do intercâmbio e da mobilidade internacional. A pesquisa examinou o ciclo de formulação, implementação e avaliação do programa para investigar se o investimento em mobilidade acadêmica internacional pode ser um mecanismo efetivo para fomentar a colaboração científica internacional. Inicialmente, foi entendido que o Brasil possui dois problemas fundamentais no campo de CT&I: i) déficit na formação de recursos humanos qualificados; e ii) baixa inserção científica e tecnológica no cenário internacional. Visto o problema, a formulação do CsF insere-se como parte da solução dentro de uma agenda estratégica nacional elaborada pelo Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação. Após quatro anos de implementação, em 2015 o programa atingiu a meta de conceder 101 mil bolsas de intercâmbio acadêmico, mas extrapolou em mais de três vezes o orçamento previsto. Entretanto, teve um efeito positivo para o aumento da oferta de bolsas no exterior em todas as áreas (inclusive as não contempladas pelo programa) e não interferiu nos recursos financeiros das bolsas de formação no país. Com o uso de dados bibliométricos, foram encontrados indícios de que o programa foi capaz de estimular e manter a colaboração internacional entre pesquisadores. Todavia, ainda não é possível afirmar se os efeitos são significativos ou não, por isso se faz necessário avaliações futuras sobre a influência do programa nas mais diversas disciplinas científicas e nas respectivas redes de coautorias, além de estudos sobre outras questões que derivam do trabalho. Devido a dificuldades específicas com coleta e uso de dados durante o processo avaliativo, o trabalho recomenda: i) que bancas de especialistas compilem grupos de palavras-chave que caracterizem as áreas científicas; ii) que dados sobre o Ciência sem Fronteiras disponíveis para visualização sejam também disponíveis para download; e iii) que a Plataforma Lattes inclua no currículo dos pesquisadores a opção de registro sobre o programa de bolsas a que foram vinculados. Por fim, o trabalho ressalta o entendimento de que o programa Ciência sem Fronteiras foi positivo no sentido de aumentar a visibilidade internacional da educação superior brasileira e inseriu as universidades e outras instituições brasileiras em programas de cooperação internacional no campo da pesquisa. Neste sentido, recomenda-se que o Brasil deve envidar esforços para manter uma política pública de mobilidade acadêmica internacional, mesmo que em dimensões menores e de maneira reformulada