Emoção negativa, escolhas alimentares e níveis plasmáticos de hormônios anorexígenos de mulheres com sobrepeso

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Moreira, Ana Carolina de Aguiar
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17138/tde-09052024-115645/
Resumo: As emoções negativas podem desencadear alteração no consumo alimentar por aspectos psicossociais. O detalhamento das escolhas alimentares e a resposta dos hormônios reguladores do apetite nessa circunstância ainda não estão bem esclarecidos. Por isso, este estudo buscou explorar a relação biopsicossocial entre emoção negativa, escolhas alimentares e hormônios anorexígenos em mulheres com sobrepeso. Foi realizado um estudo com 21 mulheres eutróficas e 23 com sobrepeso, as quais participaram de duas condições experimentais em dias diferentes, por meio de vídeo: uma com emoção negativa (vídeo Dramas da Vida Real) e outra considerada neutra (vídeo Cenas da Rotina). Antes e após da apresentação dos vídeos foram avaliadas as emoções através da escala analógica subjetiva e os níveis plasmáticos de insulina e leptina. Subsequentemente, foi oferecido um brunch contendo alimentos doces, salgados e saudável para avaliar o consumo alimentar e as escolhas alimentares das participantes. Na última etapa do trabalho, foi realizado o grupo focal com o objetivo de avaliar a percepção das participantes sobre o consumo alimentar diante as emoções negativas. Os resultados mostram que emoções negativas podem aumentar o consumo alimentar de mulheres, independentemente do seu estado nutricional (Eutrófico: Mneutra: 700.45 ± 373.90 Kcal; Memoções 1062.21± 485.91 Kcal; p .010/ Sobrepeso: Mneutra: 1019.07 ± 286.62 Kcal; Memoções 1415.13± 571.86 Kcal; p .005). No entanto, existe diferença nas escolhas alimentares e no nível plasmático de leptina: o grupo eutrófico aumentou apenas o consumo de doce (alimentos doces: Mneutra: 2.5 unidades; Memoções: 4.2 unidades; p .044) e não teve alteração do nível plasmático leptina (condição com emoção negativa: Mantes: 18.68 ng/mL ; Mapós: 16.50 ng/mL; p .47) e o grupo com sobrepeso aumentou o consumo de alimentos doces e salgados (alimentos doces: Mneutra: 3.78 unidades, Memoções: 5.27 unidades; p .031; /alimentos salgados: Mneutra: 5.87 unidades, Memoções: 8.30 unidades; p .008) e apresentou uma redução do nível plasmático de leptina (condição com emoção negativa: Mantes: 38.35 ng/mL ; Mapós: 24.97 ng/mL p .031). A condição de emoção negativa não influenciou o consumo de alimento saudável nos grupos analisados e esse alimento foi o menos consumido na condição neutra. Nas comparações entre a percepção do consumo alimentar durante a emoção negativa e o observado no experimento, 45% das participantes com sobrepeso apresentaram dados divergentes entre o relatado no grupo focal e verificados na condição experimental e 25% das participantes eutróficas apresentaram conflito entre esse dados. Os resultados desse estudo mostraram que a emoção negativa aumenta a ingestão energética, o consumo de alimentos doces e salgados e diminuição do nível plasmático de leptina em mulheres com sobrepeso. O que sugere mecanismos biológicos podem ser vulneráveis às emoções negativas, afetando o consumo alimentar e a percepção desse consumo em ambientes com alta disponibilidade de alimentos. Isso deve servir de alerta sobre a dificuldade da auto-observação do consumo alimentar nessa circunstância, já que os problemas diários não deixarão de existir e há mecanismo biológico que pode favorecer o aumento do consumo alimentar em pessoas com excesso de peso.