Plataformas digitais de autopublicação: reflexões sobre processos criativos e editoriais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Jesus, Thaís Cristina Afonso de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27154/tde-26032021-155012/
Resumo: O mercado editorial tem passado por diversas transformações provocadas pelas tecnologias digitais de informação e comunicação, que impulsionaram novos modelos de produção, edição e circulação de obras, dentre as quais a própria autopublicação e, mais recentemente, as plataformas digitais de autopublicação. Apesar de não ser um fenômeno novo na história dos livros e da editoração, no contexto digital, a autopublicação tem adquirido novas dimensões e características, como o uso de plataformas que concentram um conjunto de estruturas em um mesmo ambiente, com a finalidade de operar os processos criativos e editoriais. Em países como EUA, Inglaterra, Espanha, os estudos sobre a autopublicação tem se voltado para questões como: a legitimidade das obras, a tipologia dos autores, o mérito e a qualidade das publicações, bem como o papel de autores e editores neste contexto (POYNTER, 2007; BAVERSTOCK, 2011; ARÉVALO, GARCIA & DIAZ, 2011; LAQUINTANO, 2010; KAWASAKI & WELCH, 2015). Na academia brasileira, temos abordado problemas como a autopublicação de livros acadêmicos, as funcionalidades das plataformas digitais e alguns dos impactos dos livros digitais sobre o mercado editorial brasileiro (PORTO & PALÁCIOS, 2012; RODRIGUES & GONCALVES, 2014; BRUST, 2014; FIGUEIRA, 2015). O capitalismo de plataforma (SRNICEK, 2017) vem transformando produtos em serviços e monetizando relações, fragilizando funções sociais a partir de estruturas de comunicação. Diante desse contexto, estamos tentando entender um pouco como as plataformas de autopublicação digital funcionam, se elas utilizam algoritmos e mecanismos de inteligência de dados no seu processo de trabalho e se, de alguma forma, eles impactam no processo de configuração da figura do autor e da autoria. Buscamos refletir sobre quem é esse autor que publica nessas plataformas, o que ele busca e como é esse trabalho que ele desenvolve. A metodologia é de um estudo exploratório, composto de revisão de literatura sobre autopublicação na era digital e sobre o capitalismo de plataforma, seguido por entrevistas com editores de plataformas que atuam no Brasil e entrevistas semiestruturadas realizadas com autores que utilizam essas plataformas para publicarem suas obras, vale salientar que as análises são de pesquisa qualitativa, relacionando os resultados da revisão de literatura com os achados do campos.