Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Pontes, Marina |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8131/tde-12122019-155319/
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Resumo: |
O engajamento brasileiro com o problema palestino durante os governos de Lula da Silva é entendido pela literatura por duas explicações. A primeira trata a questão como uma estratégia de promoção internacional; enquanto a segunda apresenta uma explicação de cunho ideacional, associando valores de esquerda, defendidos pelo Partido dos Trabalhadores, e a condução da diplomacia neste assunto. Devido à incapacidade da primeira explicação em prover uma relação causal para o evento em questão, a segunda foi tomada como hipótese principal desta pesquisa. Portanto, entendeu-se a aproximação Brasil-Palestina no período de 2003-2010 como resultado político da influência ideológica do PT na política externa daquele momento. Para o desenvolvimento desta, foi discutida a atuação do Brasil na defesa do estabelecimento do Estado palestino desde 1947 e quais são as vantagens e limitações referentes à hipótese escolhida. No mais, também são consideradas, como variáveis interveniente e contextual, respectivamente, a atuação do MRE nesta questão e a particularidade do cenário internacional durante os mandatos de Lula da Silva. A partir de premissas construtivistas e, sobretudo baseada no trabalho de Albert Yee (1996), esta pesquisa adotou a análise de discursos como meio de provar a causalidade proposta. Primeiramente, salientou-se a relação entre normas e identidades e o Partido dos Trabalhadores (documentos fundacionais e atuação legislativa à nível discursivo), e então esta foi comparada às ações do Executivo. A justificativa para tal método vem do próprio referencial teórico, que considera o discurso dotado de agência e como forma de expressão de identidade, produzindo, dessa maneira, efeitos perlocutórios em contextos moldados por vocabulários específicos (YEE, 1996). Por meio de análise qualitativa de discursos, foi possível comprovar alta correlação entre as premissas ideacionais do partido e a motivação para o engajamento na questão palestina, que acabou por culminar no reconhecimento daquele Estado pelo governo brasileiro em novembro de 2010. Este resultado é discutido também qualitativamente, provando a relação causal inicialmente proposta. |