Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Prado, Jorge Luis Palicer do |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8133/tde-09082019-160359/
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Resumo: |
A filosofia de Arthur Schopenhauer se caracteriza por um esforço contínuo de reflexão para decifrar um antigo enigma, qual seja, a analogia entre o homem e o universo ou entre o micro e o macrocosmo. Schopenhauer postulou o primado da vontade cega sobre o intelecto como o seu dogma fundamental, isto é, como a chave interpretativa que permite solucionar o problema em questão. O filósofo desenvolveu uma monumental metafísica, qualificada por ele de imanente, em cujas bases estão a sua complexa concepção de vontade e uma articulada compreensão da analogia como método de reflexão filosófica. Apesar de tal esforço, o próprio Schopenhauer explicitamente reconheceu que uma solução absoluta e exaustiva do problema seria uma doutrina da onisciência, algo realmente impossível para a razão humana, já que não há entendimento pleno e absoluto da essência e origem do mundo. Assim, o horizonte da experiência humana permanecerá sempre na mais profunda e completa obscuridade. A filosofia de Schopenhauer apresenta, portanto, uma tensão originária, a saber, a consciência de que conhecer o ser absoluto é tão impossível quanto é incansável a busca pela compreensão metafísica do mundo. O texto que se segue consiste, portanto, no esforço para resgatar algumas fontes históricas, observar o sentido e as referências originárias dos conceitos, para interpretar, no interior da dinâmica teórica da obra de Schopenhauer, o significado propriamente filosófico da analogia da vontade. A hipótese de orientação consistiu em supor que a obra do autor se caracteriza por uma peculiar articulação da reflexão metafísica com os conhecimentos produzidos pelas ciências biológicas, sobretudo, a partir do estudo da fisiologia dos impulsos orgânicos vitais e inconscientes, para, desse modo, elaborar uma imagem conceitual do mundo compreendido como um macroantropo, cuja significação moral mais profunda se traduz no sentimento universal do sofrimento e na negação da vontade de viver. Neste sentido, a vontade, segundo o próprio autor, constitui o último marco-limite do conhecimento possível e o mundo nada mais é do que o multifacetado reflexo físico de um mal metafísico que em si é imanente, uno e indivisível em cada ser. Foi necessária uma reconstrução introdutória do problema da analogia entre o micro e o macrocosmo, bem como a busca pelo significado originário do conceito de vontade que acompanha o seu desenvolvimento histórico para compreender a filosofia de Schopenhauer como a solução peculiar de um problema que lhe é próprio. O texto apresenta os valores que a analogia assume em cada etapa do pensamento schopenhaueriano, destacando uma tensão constitutiva entre as diferentes funções que ela desempenha. A interpretação que aqui se expõe, consistiu no esforço para compreender a pertinência genuinamente filosófica da analogia da vontade em alguns aspectos de sua complexidade intrínseca, incluindo as suas limitações e fragilidades sem, no entanto, ignorar o seu poder de alcance, a coerência própria e a sua singular capacidade explicativa. |