Inquérito nacional sobre emergências obstétricas: a perspectiva do médico obstetra na prática clínica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Borges, Vitória Espíndola Leite
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17165/tde-05062023-133212/
Resumo: Introdução: A mortalidade materna (MM), mantém índices elevados em países em desenvolvimento tais como o Brasil, com incremento importante desde o ano de 2020 em decorrência da pandemia de COVID-19. Ressalta-se a relevância das emergências obstétricas (EO) como importante causa de MM, correspondendo a 72,5% dessas mortes. Nesse cenário é fundamental identificar os principais fatores associados às dificuldades enfrentadas pelos profissionais de saúde na assistência às EO, com o propósito de se estabelecer planos de ações de acordo com cada região em um país de dimensões continentais e realidades distintas. Objetivos: Avaliar a capacidade de assistência do médico ginecologista e obstetra frente às emergências obstétricas e identificar as principais dificuldades relacionadas tanto a conhecimento teórico/prático, como a recursos estruturais e de insumo. Casuística e Métodos: estudo observacional e transversal, com inclusão consecutiva de médicos ginecologistas e obstetras, com dados obtidos por meio de questionário eletrônico, abordando temas relacionados à disponibilidade de recursos, equipe de saúde, protocolos institucionais, realização de cursos de capacitação relacionados à assistência das emergências obstétricas. A análise estatística dos dados coletados foi realizada por meio do programa SAS versão 9.4. Resultados: Neste estudo, em que mais de 90% dos médicos já conduziu algum caso relacionado a gestante e/ou puérpera em condição de grave morbidade identificou-se que a rede de saúde dispõe de recursos humanos, profissionais formados, recursos estruturais e insumos (medicações, exames laboratoriais) para essa assistência. Entretanto, os dados evidenciam baixa prevalência de programas de educação continuada (36%, principalmente relacionada a COVID-19) capacitação específica da equipe médica (61,41%), implementação de protocolos de identificação de risco obstétrico (33,09%), time de resposta rápida (46,54%) e de montagem de caixas e carrinhos de urgência (71,68%) para diagnóstico e assistência das emergências obstétricas. Discussão: Os dados sugerem que a permanência da elevada RMM está relacionada às deficiências na organização dos serviços de saúde, baixa implementação de protocolos para sistematização em classificação de risco e no atendimento às condições de gravidade materno fetal, como também à carência de acesso a programas de educação continuada/capacitação específica pela equipe médica.