Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Fonseca, Vinícius Cordeiro da |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5132/tde-06122019-115116/
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Resumo: |
INTRODUÇÃO: O tratamento de pacientes traumatizados com multiplas lesoes evoluiu nas ultimas decadas, reduzindo progressivamente a mortalidade de varias lesoes graves. A hemorragia e a principal causa de morte potencialmente evitavel, e as fraturas de pelve estao entre as principais lesoes deste grupo. A mortalidade dos pacientes com fraturas de pelve e choque e reportada de 16,66% a 66%. Apesar da recomendacao da realizacao do tamponamento extraperitoneal de pelve por consensos e diretrizes, existem poucos estudos reportando seus resultados e em nenhum as caracteristicas do hospital se assemelham as dos hospitais publicos brasileiros. OBJETIVO: Identificar os fatores preditivos de mortalidade em pacientes com fratura pelvica associada ao choque submetidos ao tamponamento extraperitoneal de pelve. METODOLOGIA: O estudo foi realizado a partir da revisao sistematica retrospectiva do prontuario dos pacientes submetidos ao tamponamento extraperitoneal de pelve, comparando entre o grupo de sobreviventes e nao sobreviventes as caracteristicas dos pacientes, os dados do atendimento prehospitalar e do atendimento na sala de emergencia, a classificacao da fratura de pelve, a presenca de lesoes associadas e sua gravidade, exames de imagem realizados, os dados referentes ao tamponamento extraperitoneal de pelve, a fixacao externa da pelve, laparotomia exploradora, arteriografia de pelve, complicacoes durante a internacao e a comparacao de parametros hemodinamicos e da quantidade de transfusoes de hemoderivados antes e apos o tamponamento. RESULTADOS: Foram analisados os dados de 51 pacientes, que demonstravam sinais de choque desde o atendimento pre-hospitalar e na sala de emergencia, com acidose, deficit de bases de 11,8 (±5,7) mmol/L e lactato arterial aumentado, de 56,4 (±32,5) mg/dL. Todos os pacientes apresentaram mecanismo de trauma de alta energia que resultou em multiplas lesoes graves, com indice de gravidade de lesoes de 38 [29 - 66], novo indice de gravidade de lesoes de 43 [32 - 66] e 76,47% deles apresentavam lesao associada que pudesse justificar o choque. Fixacao externa da pelve e procedimentos cirurgicos adicionais foram realizados em 82,35% dos pacientes. Nao houve relacao do tipo de fratura com o obito. No grupo de nao sobreviventes, houve diferenca estatisticamente significante da idade, sendo esta superior a dos sobreviventes, da maior prevalencia de pacientes intubados no atendimento pre-hospitalar, menor escore na escala de coma de Glasgow e valores menores de pressao arterial media, pH, excesso de bases e hemoglobina antes e apos o tamponamento, enquanto o lactato arterial foi maior em todos os tempos (p < 0,05). A analise dos parametros hemodinamicos apos o tamponamento evidenciou aumento da pressao arterial media, pH, do excesso de bases e do lactato arterial (p < 0,05). Os pacientes que morreram receberam maior quantidade de concentrados de hemacias, plasma fresco congelado, concentrado de plaquetas. Tambem houve aumento da quantidade destas transfusoes nas 24 horas apos o tamponamento em ambos os grupos (p < 0,05). Quarenta e um pacientes (80,39%) apresentavam indicacao de arteriografia complementar; destes, 48,78% realizaram-na, com presenca de lesao arterial em 40% das arteriografias realizadas. A principal complicacao foi a coagulopatia com incidencia de 70,58%. A mortalidade global foi de 56,86%. A analise multivariada demonstrou que a idade e o excesso de bases dosado antes do tamponamento foram fatores preditivos independentes de mortalidade. CONCLUSÃO: Em pacientes com fratura de pelve e choque, os mais idosos e aqueles com menor valor de excesso de bases devem ser reconhecidos como mais graves, recebendo prioridade em seu tratamento, com rapido controle da hemorragia, reanimacao volemica adequada e tratamento das lesoes associadas |