Influência das exposições aguda e subcrônica a poluentes atmosféricos sobre a síndrome respiratória aguda grave em lactentes

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Barbosa Neto, Amanda
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5141/tde-13062023-154435/
Resumo: INTRODUÇÃO: A poluição atmosférica urbana é um importante fator de agravo para a saúde humana, com aumentos da morbidade e da mortalidade em crianças e adolescentes. Foram relatadas numerosas associações entre as concentrações ambientais de poluentes e asma, infecções respiratórias e perda da função pulmonar. Menos estudadas são as associações das exposições durante os dois primeiros anos de vida. OBJETIVO: Analisar a influência das exposições aguda e subcrônica a poluentes atmosféricos urbanos (MP10, MP2.5, NO2, SO2 e CO) sobre a gravidade da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) em lactentes hospitalizados na Cidade de São Paulo, de 2010 a 2019. MÉTODOS: Trata-se de um estudo transversal populacional. As informações sobre os poluentes atmosféricos, temperatura do ar e umidade relativa do ar foram coletadas do sistema de informações da qualidade do ar da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo. Foram analisadas as informações de 22 estações automáticas e consideradas as médias diárias dos poluentes 1, 3 e 7 dias antes da hospitalização, para as análises das exposições agudas. Para as exposições subcrônicas, foram consideradas as médias das concentrações de poluentes 30 e 60 dias anteriores a internação. Os dados sobre as internações foram coletados do Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Gripe, onde são registrados os casos de SRAG que são de notificação compulsória para indivíduos hospitalizados. RESULTADOS: Dentre 7.364 casos de SRAG em menores de 2 anos, houve predomínio do sexo masculino e no primeiro ano de vida. Os maiores índices de poluição ocorreram nos meses mais secos, de maio a outubro. Os aumentos dos níveis de todos os poluentes durante a semana anterior a internação foram associados a maior tempo de internação. Considerando 1, 3 e 7 dias antes da internação, os acréscimos em dias foram, respectivamente: MP10: 0.29 (<0.01), 0.21 (0.02) e 0.14 (0.14); MP2,5: 0.35 (0.02), 0.29 (0.06), 0.11 (0.50); NO2: 0,19 (<0.01), 0.11 (0.07), 0.10 (0.10); SO2: 5.68 (<0.01), 4.86 (<0.01), 4.68 (<0.01); CO: 0.81 (<0.01), 0.73 (<0.01), 0.87(<0.01).. O aumento de chance de óbito foram, respectivamente: MP10: 1.08 (0.02); 1.06 (0.05), 0.99 (0.86), MP2.5: 1.09 (0.10), 1.11 (0.05), 1.03 (0.76); NO2: 1.06 (<0.01), 1.05 (0.01), 0.99 (0.81); SO2: 2.52 (<0.01), 2.31(<0.01), 0.65 (0.27) e CO: 1.24 (<0.01), 1.23 (<0.01), 0.95 (0.71). As associações agudas entre maiores exposições e gravidade foram mais acentuadas nos meses de clima seco. As maiores exposições agudas a SO2 e CO tiveram aumento maior de tempo de internação nos lactentes com comorbidades. As médias mais elevadas de poluentes 30 e 60 dias antes da internação foram associadas a maior tempo de internação: MP10: 0.44 (0.02) e 0.84 (<0.01), MP2.5: 0.55 (0.07) e 1.24 (<0.01); NO2: 0.43 (<0.01) e 0.71 (<0.01); SO2: 7.62 (<0.01) e 8.34 (<0.01); CO: 1.88 (<0.01) e 2.45 (<0.01). O aumento do tempo de internação foi mais acentuado no grupo com comorbidades. CONCLUSÕES: Exposições agudas e subcrônicas a concentrações atmosféricas mais elevadas de todos os poluentes estudados foram associadas a maior gravidade da SRAG, com ênfase nos períodos de clima seco. Os resultados encontrados contribuem para a caracterização dos possíveis efeitos da poluição atmosférica urbana sobre a saúde dos lactentes