Segregação socioespacial na realização dos Jogos Olímpicos Rio 2016 na região da Barra da Tijuca - RJ: comunidade Vila Autódromo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Previatti, Carine Botelho
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/100/100134/tde-24082016-101115/
Resumo: A discussão parte do princípio de que o espaço é um produto social e não um sujeito, como algumas políticas públicas vem reproduzindo. A apropriação de espaços que não estavam vazios, utilizando os megaeventos esportivos como justificativa, sinaliza um momento fundamental do processo de reprodução do capitalismo. Tal processo traz à tona o conflito do espaço como lugar de apropriação e uso em contraposição ao espaço como reprodução de valor e de riqueza. Dentro desse contexto, a cidade do Rio de Janeiro, que historicamente se utiliza de planos de ordenação urbana de forma a legitimar mudanças espaciais em fragmentos da cidade, tem dado continuidade a esse processo nos últimos anos através da implantação dos Planos Estratégicos e da realização dos Jogos Olímpicos. Este trabalho tem por objetivo geral analisar as mudanças socioespaciais ocasionadas na comunidade Vila Autódromo, localizada no bairro da Barra da Tijuca - RJ, em razão da realização dos Jogos Olímpicos Rio 2016. A pesquisa tem por objetivo específico identificar os sujeitos sociais e interesses envolvidos no processo de remoção dessa comunidade. Para atingir tal objetivo, foi utilizada metodologia teórico-documental com base em documentos normativos e jurídicos relativos ao processo de remoção pelo qual passa a Vila Autódromo desde 1993, e também documentos fotográficos e mapas, igualmente fundamentais para a compreensão do objeto. Durante todo o processo da pesquisa, foram realizadas pesquisas de campo de caráter descritivo e analítico, com aplicação de entrevistas qualitativas e análise de conteúdo dos dados, que embasam a conflitualidade entre os interesses dos moradores, o poder público e as empresas privadas, numa tentativa de compreensão de como as mudanças socioespaciais se inserem entre o lugar, a cidade e o espaço mundial. A Vila Autódromo se destaca nesse cenário pela luta de resistência dos seus moradores para permanecer no seu espaço de vivência e convivência e na consolidação de uma comunidade que enxerga o valor social da terra e não apenas o seu valor de mercado, sinalizando o caráter de conflito pelo direito à moradia que se estabelece na cidade do Rio de Janeiro atualmente