Avaliação do efeito da lisozima sobre bactérias Gram-negativas isoladas de psitacídeos mantidos em cativeiro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Davies, Yamê Miniero
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/10/10133/tde-29112022-124633/
Resumo: Os psitacídeos estão entre as espécies de aves mais apreendidas e encaminhadas aos centros de triagem animal em São Paulo, e são comumente criados como aves de estimação. A manutenção destas aves em cativeiro favorece a colonização por bactérias Gram-negativas, principalmente enterobactérias. Considerando a emergência de estirpes virulentas multirresistentes, as infecções por bactérias Gram- negativas se tornaram uma ameaça à saúde pública. Dessa forma, a busca por produtos naturais que auxiliam no tratamento e redução da carga bacteriana patogênica, se torna cada vez mais necessária. Este trabalho teve como objetivo avaliar o efeito in vitro e in vivo da lisozima sobre estirpes de bactérias Gram-negativas isoladas de psitacídeos mantidos em cativeiro. A atividade in vitro da lisozima foi avaliada pelo teste de microdiluição em caldo, com a determinação da concentração inibitória mínima (MIC). Um total de 40 psitacídeos mantidos em cativeiro e naturalmente infectados por bactérias Gram-negativas foi dividido em três grupos: não tratados, tratados com doses de 1000 ppm e 2000 ppm durante 21 dias. As estirpes Gram-negativas foram identificadas pelo método de MALDI-TOF, e submetidas à caracterização fenotípica dos determinantes de resistência. Os isolados de E. coli foram caracterizados em relação aos grupos filogenéticos e perfil de virulência. Os resultados do MIC da lisozima relevam que valores <500 ppm foram capazes de eliminar 83,3% dos isolados in vitro. As enterobactérias representaram 82% das estirpes isoladas com predominância de E. coli e Enterobacter spp. Com a administração da lisozima por gavagem foi possível inibir 98,5% dos isolados de psitacídeos, inclusive as estirpes multirresistentes e os patotipos de EPEC e APEC do filogrupo B2. A lisozima apresenta potencial como uso terapêutico e preventivo e poderá contribuir para substituição do uso de antibióticos em aves mantidas em cativeiro, principalmente em processos de reabilitação e soltura.