Da \"bela velhice\" às \"velhinhas de bengala\": narrativas sobre envelhecimento, corpo, gênero e menopausa

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Ribeiro, Aline Ângela Victoria
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/100/100135/tde-13122018-170654/
Resumo: Este trabalho analisa, a partir de abordagem qualitativa e perspectiva interdisciplinar, os sentidos atribuídos ao envelhecimento e à velhice por mulheres pertencentes às camadas médias populacionais, moradoras da Região Metropolitana de São Paulo. São discutidos esses sentidos e suas proximidades e distanciamentos em relação aos discursos hegemônicos, sobretudo àqueles associados ao \"envelhecimento ativo\", nos quais envelhecer aparece como algo que pode ser adiado através da adoção de determinados cuidados que visam à administração de corpos e identidades. Foram realizadas entrevistas em profundidade, individuais e semiestruturadas com dez mulheres que possuíam entre 50 e 71 anos. A discussão está organizada em quatro eixos: as percepções acerca da velhice e do processo de envelhecimento, as transformações corporais relacionadas a esses fenômenos, as especificidades do envelhecimento feminino e a relação entre menopausa e envelhecimento. As narrativas das mulheres entrevistadas apresentam dois grandes grupos de sentidos que coexistem e se interseccionam: a \"bela velhice\" e as \"velhinhas de bengala\". Os discursos hegemônicos apontam para a responsabilização dos indivíduos acerca de sua saúde e a moralização daqueles que não seguem o estilo de vida considerado adequado. Tais discursos, juntamente a determinadas mudanças socio-históricas nas construções de gênero, possibilitam uma vivência do envelhecimento perpassada pela atividade, autonomia e independência. No entanto, ao mesmo tempo em que trazem benefícios e revisam estereótipos negativos, constroem normas que implicam na abjeção e apagamento de outras experiências. Pretendese, então, contribuir para a análise do envelhecimento feminino, refletindo sobre a interlocução entre discursos, práticas sociais e subjetividades, evidenciando também os modos através dos quais as mulheres estão vivenciando esse fenômeno na contemporaneidade