Soroepidemiologia e epidemiologia molecular das infecções por Rickettsia spp em cães e carrapatos de ambientes urbano e rural do estado do Maranhão

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Costa, Francisco Borges
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/10/10134/tde-31102014-144932/
Resumo: A emergência e reemergência de doenças transmitidas por artrópodes são desafios para as medicina Veterinária e Humana. Cães domésticos estão frequentemente expostos as diferentes espécies de carrapatos, os quais fazem destes animais bons sentinelas para riquetsioses que afetam os humanos. O Estado do Maranhão está localizado na região Nordeste do Brasil, numa área de transição dos biomas Amazônia e Cerrado. Neste contexto, no presente estudo, objetivou-se avaliar infecções por riquétsias em cães e carrapatos. Durante o perído de 2011 a 2013, amostras de sangue foram coletadas aleatoriamente de 1560 cães, sendo de áreas urbanas e rurais de oito municípios: Açailândia, Balsas, Barreirinhas, Caxias, Cururupu, Grajaú, São Bento e São Domingos. As amostras foram testadas pela reação de imunofluorescência indireta para cinco espécies de riquétisas: Rickettsia rickettsii, Rickettsia parkeri, \"Candidatus Rickettsia amblyommii\", Rickettsia rhipicephali e Rickettsia bellii. Os carrapatos foram coletados sobre os cães, identificados morfologicamente e submetidos a pesquisa de riquétsias, quase todos os carrapatos foram submetidos ao teste de hemolinfa e tentativa de isolamento de riquétsia. Do total, 12,6% (196/1560) dos cães foram sororreativos a Rickettsia spp. Noventa e dois soros mostraram títulos para Rickettsia parkeri, \"Candidatus Rickettsia amblyommii\", Rickettsia rhipicephali and Rickettsia bellii pelo menos quatro vezes maior do que aqueles outros antígenos de riquétisa. Desta forma, considera-se que os cães foram infectados por Rickettsia parkeri (1 soro), \"Candidatus Rickettsia amblyommii\" (73 soros), Rickettsia rhipicephali (6 soros) and Rickettsia bellii (12 soros), com títulos variando de 128 a 16.384. Novecentos e cinquenta e nove carrapatos foram coletados sobre os cães, Rhipicephalus sanguineus, Amblyomma cajennense sensu lato, Amblyomma ovale, Amblyomma parvum, Amblyomma oblongoguttatum, Amblyomma rotundatum, Rhipicephalus (Boophilus) microplus, Haemaphysalis juxtakochi e Amblyomma sp. Produtos da reação em cadeia pela polimerase de 17 carrapatos foram sequenciados e mostraram corresponder a \"Candidatus Ricketsia andeanae\", Rickettsia bellii and \"Candidatus Rickettsia amblyommii\". Estes resultados sugerem que estas riquétsias ou uma cepa muito próxima estão infectando cães no Estado do Maranhão, ressaltando o potencial patogênico destas espécies de riquétsias no Nordeste do Brasil. Ao mesmo tempo, diferencia-se do Sudeste do Brasil, onde hospedeiros sentinelas como os cães, tendem a ter maiores títulos para Rickettsia rickettsii ou Rickettsia parkeri, os agentes da febre maculosa no Sudeste do Brasil.