Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Barreiros, Lucila Akune |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/42/42133/tde-02102023-142244/
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Resumo: |
O zika vírus é um flavivírus que reemergiu nas Américas em 2015 e se tornou um problema de saúde pública internacional. O aumento na prevalência de infecções pelo zika no Brasil coincidiu com o aumento da ocorrência de casos de microcefalia e outras complicações neurológicas em neonatos, cunhando a Síndrome Congênita do Zika. Apesar da gravidade de certos casos, acredita-se que apenas 20% dos infectados manifestem quaisquer sintomas da doença, adicionando-se a isso amplo espectro clínico. Estudos com modelos animais mostraram que apenas linhagens com deficiências em componentes da via de interferon do tipo I são susceptíveis aos danos neurológicos congênitos. Isso, somado a estudos com gêmeos dizigóticos com fenótipos discordantes para a síndrome,sugerem que fatores genéticos da imunidade inata do hospedeiro podem ter papel determinante no curso da infecção e do estabelecimento da síndrome. Sendo assim, o presente estudovisou investigar os mecanismos genéticos do desenvolvimento da Síndrome Congênita do Zika em humanos,com especial foco na resposta imunológica antiviral. Para isso, foram incluídas no estudo mulheres infectadas pelo vírus durante a gestação e também os respectivos filhos, com desenvolvimento normal ou com a Síndrome Congênita do Zika. A investigação genética iniciou através do sequenciamento completo de exoma de 75 indivíduos, divididos em dois grupos: um composto por 20 mães expostas e 21 crianças afetadas e o segundo composto por 14 mães expostas e 20 crianças saudáveis. Foram selecionadas para análise primária variantes raras e com predição de patogenicidade por ferramentas in silicoem genes associados aos erros inatos da imunidade.Adicionalmente, foi realizada analise exploratória de associação de variantes comuns e raras ao fenótipo da SCZ em quaisquer genes. Não houve evidência para apontar mecanismo causal, contudo foram identificadas variantes em genes que levam a fenótipos sindrômicos associados a defeitos neurológicos (KMT2A, KMT2D, RTEL1 e NFE2L2 em genes que codificam proteínas que interagem com componentes da imunidade antiviral (RELA, TNFAIP3) e genes associados ao fenótipo da síndrome congênita que sãopreferencialmente expressos no cérebro (CNTNAP3,FOXD4L6 ) .Todos esses podem ser fatores genéticos modificadores que contribuem individualmente em pequena escala para a severidade do fenótipo dos indivíduos afetados e também pode indicar não há um único gene ou mecanismo capaz de levar à SCZ, mas sim, uma multiplicidade de fatores que podem contribuir para o desfecho final. |